A estiagem que traz severos prejuízos econômicos e sociais ao Estado tem sido um tema abordado diariamente pelos veículos da Redação Integrada de ZH, GZH, Rádio Gaúcha e Diário Gaúcho. A reportagem que ilustra a capa desta edição é mais uma iniciativa de mostrar aos nossos leitores a gravidade do cenário.
Entre os dias 13 e 17, o repórter André Malinoski, o fotógrafo Anselmo Cunha e o motorista Gustavo Gomes percorreram Soledade, Cruz Alta, Santo Ângelo, Joia e Eugênio de Castro para expor a realidade de quem vive da agricultura e da pecuária, dois motores da economia gaúcha que são diretamente afetados pela falta de chuva. Na semana anterior, entre os dias 6 e 10, a repórter Katlhyn Moreira, o fotógrafo André Ávila e o motorista Thomaz Edson haviam passado por Cachoeira do Sul, Passa Sete, Santiago e São Francisco de Assis.
A seguir, compartilho os relatos dos profissionais que presenciaram o drama das regiões mais castigadas.
André Malinoski: “O que mais me chamou atenção foi a esperança em dias melhores dos pequenos produtores rurais, alguns com perda total nas plantações de milho e soja. Além disso, destaco o impacto de ver a Lagoa da Mortandade, em Eugênio de Castro, e açudes em diversas localidades completamente secos”.
Anselmo Cunha: “A beleza da vastidão verde nos campos das regiões Norte e Noroeste contrasta com a situação dramática que vivem os agricultores. Debaixo do sol forte, que nos dá indícios do problema da estiagem, estão as folhas amareladas da soja e o milharal dourado, com pouca ou nenhuma semente germinada. O campo segue lindo, mas por dentro agoniza”.
Kathlyn Moreira: “Chamou-me atenção a resiliência da população do campo. Mesmo diante de lavouras condenadas à perda total, os depoimentos eram sempre de esperança e de que tempos melhores viriam. O jeito era ‘levantar a cabeça e tocar em frente’. Percebi que, mesmo em municípios diferentes, vários agricultores relataram nunca ter visto uma seca como essa. O problema, segundo me contaram, foi o acúmulo de prejuízos de anos anteriores, sem muita margem para recuperação”.
André Ávila: “Comparando com coberturas de estiagem que fiz em outros anos, a atual se diferenciou quando vi as plantações com grandes perdas, hectares secos que se esfarelavam, produtores resignados lamentando a falta de chuva e a impossibilidade de que a próxima colheita recupere tudo o que foi perdido até agora. Vimos o gado se juntando ao redor de caminhão-pipa à espera da água que não bebia há mais de 24 horas”.
A reportagem de capa está nas páginas 14 a 17. A cobertura completa em GZH.