Os árabes são nossos. Não apenas os sauditas, com o ponto em com da desgraça Argentina. Do hotel onde estamos hospedamos, em West Bay, até o suntuoso Lusail Stadium, onde a Seleção Brasileira estreará na Copa do Mundo do Catar, às 16h, contra os gigantes sérvios, vi muitos torcedores com as camisetas de seus países e uma do Brasil no ombro.
Na entrada do estádio, e também dentro, nas rampas de acesso, o mesmo cenário. Faissal Abdulah é do Kuwait. Todo vestido com as vestimentas árabes, uma bandeira brasileira às costas chamava a atenção. Aproximei-me.
— Amo o futebol brasileiro. Vim aqui torcer e dar minha ajuda — disse Abdulah, garantido estar emocionado.
Será a primeira chance de Abdulah torcer para a sua seleção do coração. Ele comprou ingressos para todos os jogos da primeira fase. Tentará conseguir mais, sabe-se lá como. Pelo menos ele não soube me dizer.
A imagem dele, sozinho, com a bandeira do Brasil às costas, nos oferece a dimensão do que significa a Seleção Brasileira. E olha que o torcedor árabe chegou cedo, três horas antes, para curtir ao máximo a experiência de ver Neymar correr por ele.
Além dos brasileiros, há muitos Abdulahs pelas ruas de Doha.