O torcedor do Inter surpreendeu em tempos de pandemia e dificuldades financeiras. A resposta inicial à campanha para manter a mensalidade em dia, inclusive com nome eternizado em um monumento a ser construído no Beira-Rio, superou expectativas.
De maio a junho, 911 sócios anteciparam o pagamento de mensalidades de junho a novembro. Outros 303 não conseguiram quitar o período equivalente a um semestre, mas ajudaram no que foi possível, adiantando pagamentos entre um e cinco meses.
O crescimento mensal da receita no quadro social, dessa maneira, foi de 18% em relação ao início de maio, puxado também pela entrada de 610 novos sócios, apesar do período sem jogos.
Com o sumiço das receitas gerado pelos males do coronavírus na economia (para além do principal: vidas humanas), o quadro social se tornou ainda mais fundamental para o Inter sobreviver e manter o fluxo de caixa. Com cerca de 120 mil contribuintes em sua base, os associados rendem cerca de R$ 7 milhões mensais ao clube.
Como o Inter havia experimentado uma taxa de inadimplência (quando um sócio deixa de pagar um mês) entre abril e maio, pode-se dizer que a campanha de marketing e o esforço da torcida estão conseguindo manter a receita do quadro social praticamente preservada mesmo sem bola rolado.
Some-se a esse valor outros R$ 7 milhões da linha de crédito anunciada pela CBF, a serem pagos em cinco vezes sem juros com o dinheiro dos contratos de TV, o Inter vai tentando driblar os estragos da covid-19, entre redução no salário dos jogadores e demissões no quadro funcional.
Apesar de todos os esforços e apoio da torcida, a venda de um jogador é tida como essencial. O zagueiro Bruno Fuchs, de 21 anos, pela grife no mercado como titular da seleção olímpica, é o nome da vez.
A imprensa italiana mencionou um suposto interesse do Milan, mas não há nada de concreto. O mais provável é que os europeus definam reforços após definidas as vagas na Ligas do Campeões, entre fim de junho e início de agosto.