A mentalidade de Renato Portaluppi e de Eduardo Coudet sugere um Gre-Nal ofensivo. É só olhar a verdade do campo. Ambos tiram o time de trás. Renato faz isso desde que chegou. No Colorado, é fenômeno recente. Fora de casa, o Inter de Odair Hellmann baixava linhas. Mudava no Beira-Rio, mas se saía na frente no placar não mantinha o pé no acelerador.
O Inter de Coudet pretende ser vertical sempre. Pode-se discutir o encaixe/escolha das peças, mas não o conceito. O 4-2-3-1 do Grêmio de Renato sempre trabalhou com de três a quatro atacantes de ofício. Será um Gre-Nal com os dois lados assumindo riscos. Em tese, com gols.
IMPREVISÍVEL — Já tratei do tema, mas o Gre-Nal exige retomada. O Inter, com técnico, desenho tático e conceitos novos, obviamente está sendo remontado. Os jogadores, em grande parte, são os mesmos, mas dispostos de outro jeito e cumprindo funções diferentes.
O Grêmio, em que pese a quinta temporada de Renato e a permanência de vários campeões da Libertadores, também é novo. Vanderlei, Victor Ferraz, Caio Henrique, Thiago Neves e Diego Souza chegaram ontem. Seis peças novas. O Gre-Nal 423 é imprevisível por que não há, na prática, amostragem suficiente para conclusões acerca do potencial dos times.
FRAQUEZAS — A fragilidade mais grave do Inter para os Gre-Nal são os laterais. Muita transpiração, como quer Coudet, mas pouca inspiração. Para um time que faz de Rodinei (terá Everton pela frente) e Moisés os extremas, é problema. A transição lenta por dentro, com Rodrigo Lindoso trabalhando como meia no 4-1-3-2, é outro.
No Grêmio, Geromel e Kannemann fora é um perigo, como se viu na derrota para o Aimoré, especialmente na bola aérea. A compensação ao combo Maicon+Thiago Neves+Diego Souza, menos marcadores não por culpa deles já bem adiante dos 30 anos, pode sobrecarregar Matheus Henrique, Alisson e Everton, desequilibrando o meio-campo.