Com justiça, Renato é elogiado por, na média, ser um recuperador de carreiras. Nomes opacos, talvez na descendente, chegaram ao Grêmio e cresceram em suas mãos. Bruno Cortez veio do Japão com fama de bom que virou ruim consolidada. Alisson chegou como moeda de troca do Cruzeiro, que não o queria mais. A torcida do São Paulo vaiava Maicon. Léo Gomes saiu do Boa, com Série B no corpo. Jael e Cícero ajudaram em momentos decisivos. No Corinthians, longe de Renato, Ramiro virou reserva comum. Há outros, mas esses exemplos bastam.
Mas já está na hora de dar o devido crédito, nesse sentido, a Odair Hellmann. E com um asterisco: é raro acontecer com técnicos tão jovens. Bruno era um trintão reserva do Bahia. Lindoso, como substituto de Dourado, chegou a ser motivo de piada. Wellington Silva estava esquecido. D'Alessandro já cogita não se aposentar, de tão bem que está. Guerrero nunca fez tantos gols ao chegar em um clube como no Inter, e olha que estava no auge no Bayern. Sobis voltou a ser protagonista. Parece um guri, tal a disposição. Patrick veio do Sport. Teve duas passagens modestas pelo Caxias. Era um cigano. Fala-se de Edenilson na Seleção, e ele era reserva da Udinese. Cuesta admite: aos 30 anos, vive seu melhor momento. Já se fala nele convocado na Argentina.
Dá para montar times competitivos, que joguem até melhor e mais bonito, sem gastar fortunas absurdas em um país pobre. Leva mais tempo, claro. Com dinheiro, talvez demore menos. Mas chegar lá com requintes espartanos, gastando um terço do orçamento de Palmeiras e Flamengo, apostando no brilho da força coletiva, dá mais orgulho. É a lição que a dupla Gre-Nal oferece ao Brasil.