Estão em fase de análise as imagens do vídeo postado pelo canal oficial do Fluminense nas redes sociais, no qual se ouve uma voz que parece chamar o atacante Yony González de "macaco", na Arena, enquanto o atacante comemora um gol no Grêmio, durante a vitória carioca por 5 a 4, de virada, no último domingo (5).
Somente após ter certeza do teor do áudio é que a Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) se decidirá por oferecer ou não denúncia. O Grêmio manifestou repúdio ao episódio e prometeu investigar, localizar e punir internamente autor da agressão, caso entenda que houve injúria.
O artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) fala em "praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência".
Em casos de injúria racial praticada por um só pessoa, e não um grupo identificado, as penas são de suspensão do torcedor por pelos menos 720 dias e multa ao clube. Os valores variam de R$ 100 a R$ 100 mil, conforme o entendimento dos auditores.
Neste momento, o STJD aborda mais dois casos de supostas injúrias raciais ocorridas este ano. O mais avançado é contra o Juventude.
Segundo o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, que solicitou informações oficiais quanto ao andamento dos casos, a Procuradoria oferecerá denúncia contra o Juventude.
O volante Gustavo Bochecha, do Botafogo, alegou ter sido chamado de "macaco" enquanto fazia o aquecimento, antes do jogo no Alfredo Jaconi, pela terceira fase da Copa do Brasil. O clube divulgou nota condenando o torcedor, afirmando que ajudou a retirá-lo do estádio.
Outro jogo é entre Criciúma e Chapecoense, pela Copa do Brasil, no dia 10 de abril. Na ocasião, um torcedor do Criciúma teria chamado o lateral Eduardo, da Chape, de "macaco". Em nota, a direção da Chape afirmou que tomaria medidas cabíveis contra o agressor.
É preciso investigar o que houve em todos os casos, para se fazer justiça e não cometer injustiças. O fato é: não podemos mais tolerar racismo e suas variáveis. É um crime que precisa ser combatido.