O Grêmio segue apurando o suposto caso de injúria racial ocorrido durante a partida contra o Fluminense, no domingo (5), em que o Yony González teria sido chamado de macaco por um gremista. O clube solicitou as imagens das câmeras da Arena e está examinando o áudio de um vídeo gravado pela TV Flu, que repercutiu nas redes sociais, em que seria possível ouvir os xingamentos ao jogador do time carioca.
— Estamos examinando para não cometer um erro que vai acabar com a vida de uma pessoa. Nós vamos descobrir quem é, mas antes de dizer quem é, queremos ter a certeza quanto à autoria. Vamos descobrir quem é e vamos elucidar a questão. Não posso precisar quando, mas vamos identificar — garantiu o diretor jurídico do clube, Nestor Hein.
Conforme o dirigente tricolor, o Grêmio não teme ser denunciado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Hein entende que como o caso não foi colocado em súmula, nem mesmo houve boletim de ocorrência registrado por parte do atleta que teria sido ofendido nem do clube pelo qual ele atua, o caso não chegará à Justiça Desportiva.
— Quem é ofendido? O ofendido não ouviu. Ele não só não ouviu como também não prestou queixa. O clube também não viu. Vamos elucidar a questão porque o Grêmio é um clube antirracismo — garantiu o diretor jurídico tricolor, que complementou:— Estamos fazendo isso porque é um dever do Grêmio, por ser um clube popular, que precisa ter um ambiente livre de qualquer manifestação como essa, que não se tolera.
Confira a nota divulgada pelo Grêmio:
"O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense vem a público informar sua torcida e demais entes que tomou conhecimento do vídeo publicado nas redes sociais que sugere injúria racial contra o atleta Yony González, do Fluminense.
O Clube está apurando o ocorrido e de antemão manifesta seu inteiro repúdio a todos os tipos de injúria."
Julião denuncia no Twitter
O vídeo que circula nas redes sociais sugere ato de injúria racial no momento do quinto gol da equipe carioca, marcado pelo atacante Yony González. Nas imagens, internautas afirmam ter ouvido uma mulher chamando o colombiano de "macaco".
O lateral-direito Igor Julião, do clube carioca, comentou o fato em seu perfil no Twitter, gerando manifestações. Para ele, "A ascensão de classe que o esporte nos proporciona incomoda muita gente. O Futebol não pode ser o lugar que racistas, xenofóbicos, misóginos e homofóbicos vomitarão seus absurdos e ficarão impunes. Medidas precisam ser tomadas URGENTE.".
Na mesma postagem, Julião esclarece que não acusa qualquer pessoa de racismo e afirma ter feito "crítica por uma atitude condenável contida ali". Os seguidores do lateral na rede social chegam a pedir investigação e marcam perfis da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), pedindo que a entidade apure o fato.