O atraso do Grêmio na tabela era tal que jogar bem passou a ser totalmente secundário. O essencial era, enfim, ganhar e sair da vice-lanterna do Brasileirão. Ali adiante tem Copa América e Renato terá tempo para ajustar o time, que vinha fazendo partidas fracas. Mas a vitória por 1 a 0 sobre o Atlético-MG aconteceu com roteiro ideal.
O Grêmio foi muito melhor, retomando questões coletivas que sempre foram suas características, como marcação alta e disciplina tática defensiva para, ao perder a bola, todos reagirem para recuperá-la. Mérito de Renato, pois essas são tarefas do técnico.
Em vez da pressão inicial em casa de no máximo 20 minutos, o Tricolor conseguiu espremer o Atlético-MG até abrir o placar, logo na volta do intervalo. Um massacre de posse de bola e chances de gols, com milagres do goleiro Victor. De longe, a grande partida do Grêmio em 2019, sobre o então vice-líder.
A grande novidade do Tricolor foi o jovem zagueiro Rodriguez, na imponente versão com “z”, em vez do inexpressivo “s”. Como Renato dizia que ele não estava pronto, não se imaginava a estreia. Devolvido ao meio-campo, Michel anulou Casares, substituindo bem a Matheus Henrique. E veio a chance para Rodriguez, que mostrou segurança.
O Grêmio chegou a ter 75% de posse de bola, depois reduzida um tento quando o Galo, enfim, saiu de trás. Maicon reinou: acertou 108 em 116 passes. Everton e Alisson estavam atentos à recomposição dos corredores. A nota negativa foi André. Ele perde muitos gols. Bateu mal o pênalti. É justo que Vizeu, autor do gol da vitória, tenha alguma sequência, já que Renato deixou claro: Tardelli entrará pelo lado. Para decolar, o Grêmio terá de repetir atuações assim, provando não ser fato isolado, mas digamos que ligou os motores.