Estava na cara que o Fluminense não aceitaria antecipar o jogo com o Grêmio, no Engenhão, de sábado para quinta-feira. Nesta segunda-feira, os cariocas foram a Chapecó. Teriam só dois dias de descanso, com viagem.
É um motivo real, mas e se o Fluminense ao menos levasse o pleito até a CBF? Quem sabe outra data contra a Chapecoense. Talvez sim, talvez não. Difícil, quase impossível, pelo calendário apertado, ainda mais em cima hora. Admito que seria quase impossível.
Refiro-me ao gesto em si, mesmo que não desse em nada. Nossos clubes miram apenas o próprio umbigo. Pedem solidariedade só quando o calo aperta no seu sapato. Se a ferida for em pé alheio, danem-se todos. Quando tem rivalidade local, aí é salve-se quem puder.
Um dos motivos do fracasso da Primeira Liga foi as cotas de TV. O Flamengo exigia mais dinheiro do que todos por ser o Flamengo, mandando às favas a tese do embrião de uma liga independente. Como peitar a CBF se os rebeldes brigam no primeiro passo juntos?
Diante de uma situação como esta, do Grêmio, o correto seria a CBF fixar uma regra para beneficiar o seu representante na Libertadores. Chegaria o dia de o Fluminense se valer dela. Mas a CBF não quer critérios claros justamente para fazer barganhas políticas depois. Talvez seja niilista demais de minha parte, mas essas relações políticas do futebol brasileiro nunca mudarão. Infelizmente.