Em um jogo equilibrado em todas as estatísticas, com chances de gol para os dois lados e posse de bola praticamente igual (51% a 49% pró-Cruzeiro), o Inter trouxe um bom resultado sem gols do Mineirão, contra uma adversário forte, escalado com força máxima e ancorado em um trabalho sólido de dois anos do técnico Mano Menezes.
Como o São Paulo também empatou e o Flamengo perdeu, o Inter se consolidou no segundo lugar. Agora são sete jogos sem perder ou tomar gols, sendo cinco deles vitórias. Na largada do segundo turno, um Inter ainda desconjuntado somou apenas dois pontos contra Palmeiras, Cruzeiro, Flamengo e Grêmio, a meu juízo sequência mais difícil no campeonato. Agora, no returno, faltando Flamengo e o Gre-Nal no Beira-Rio, já garantiu ao menos isso.
Dois aspectos ficaram claros no Mineirão, em relação ao Inter. Um deles é o padrão. Há muito tempo o time não joga mal. Odair Hellmann conseguiu dar ao seu 4-1-4-1 um rendimento médio de muito bom nível. Trata-se de um time maduro.
RODRIGO DOURADO E LOMBA – Em casa ou fora, o Inter enfrenta os momentos da partida com sabedoria, ainda que sem brilhatura. Sofreu pressão do Cruzeiro no início, e aí o goleiro Lomba salvou. A força defensiva do time, sempre colocando muitos atrás da linhas da bola, impressiona.
Rodrigo Dourado é o líder deste processo, com desarmes improváveis no mano a mano, um deles diante de Arrascaeta. Após a pressão inicial na qual Lomba salvou a pátria, ainda antes do intervalo, o Inter retomou o equilíbrio e não ficou só lá atrás.
William Pottker acertou o travessão de dentro da área. Damião perdeu chance no finzinho. No gol anulado do Cruzeiro, não vi falta em Lomba, mas talvez Bruno Silva tenha dado o passe para Raniel com a mão. Só se foi isso. Ou não. Lance polêmico. O Inter é um time consciente do que pode e não pode, do que deve e não deve fazer.