Em maio de 2015, escrevi que Jean Pyerre rivalizava com Lincoln como destaque na base do Grêmio. Eram diferentes na função. Jean Pyerre, um terceiro ou quarto homem de meio. Lincoln, armador com cara de atacante. Thiago Gomes, seu técnico na transição, o fixou como meia central, entrando na área. Assim, tornou-se um dos goleadores do time. No Gauchão sub-20 deste anos, fez sete gols em 10 jogos.
Na seleção sub-17 campeã sul-americana, meses antes daquela maio de 2015, Jean Pyerre deu azar. Lesionou-se logo no começo. Seria titular. Lincoln, empestado ao América-MG, ergueu a taça de capitão.
Há pouco mais de quatro anos, a avaliação era de que, antes de subir para o grupo principal, ele precisava ganhar massa muscular para competir entre os adultos. Era o único ponto de observação e advertência. Alguma fragilidade neste aspecto, que foi muito trabalhada nestes quatro anos.
O Grêmio sempre deu como certo que, em algum momento, seu talento exigiria passagem. Jean Pyerre
dará ao Grêmio, agora ou em 2019, uma opção rara: a do cobrador de faltas.
Hoje auxiliar técnico no time de transição, Luiz Gabardo o acompanhou desde sua chegada ao clube, com nove anos. Em mais de uma década de Grêmio, disse-me nunca ter visto um cobrador de faltas tão eficiente.
Nos treinos, chegava a acertar oito em dez chutes: "Joga de cabeça erguida, vindo de trás, o campo a sua frente, passadas largas".
Não foi exatamente o que se viu na pequena amostragem do Gre-Nal? Aquele chute de fora da área é de quem sabe bater na bola. Uma falta bem cobrada pode decidir título. Marcelo Lomba teve de se esticar todo para defender.
Natural de Alvorada, Jean Pyerre tem 20 anos.