Essa queixa do vestiário gremista com o gramado da Arena estava na cara. Trouxe o tema aqui na coluna antes da vitória sobre os uruguaios. Era só somar dois mais dois. Marcelo Grohe reclamou no Gre-Nal. Quando Alberto Guerra, um dirigente, alfinetou na Vila Capanema, tudo ficou claro: se não melhorasse até o jogo com o Defensor, a chapa ia esquentar. Renato já tinha dado uma letra lá atrás. E vai piorar. Antes da parada da Copa, sem chance de melhora.
A bronca do gramado é só um capítulo de uma relação que azedou desde a volta de F´abio Koff ao Grêmio, com Romildo Bolzan já sendo preparado para suceder o eterno presidente gremista. Houve um marco zero nesta briga. Em entrevista exclusiva à ZH, Koff afirmou:
— A Arena não é do Grêmio.
David Coimbra, Luiz Zini Pires e eu o entrevistamos. Lembro bem. Koff sabia o que estava fazendo. Ele mesmo trouxe e insistiu no tema. Não dava ponto sem nó. As relações entre clube e construtora do estádio nunca mais foram as mesmas. O Grêmio se sentiu lesado no acordo firmado pela gestão Paulo Odone e exigiu mudanças no contrato. Parou de pagar. Não entregou o Olímpico.
Koff escreveu seu livro de memórias mais para contar os bastidores desta história nova do que relembrar títulos do passado. As rendas fantásticas que os resultados de campo vêm oferecendo, com a Arena perto de 50 mil em vários jogos, têm irritado o clube. Bolzan vai lá, monta time, ganha campeonatos e, claro, lota a Arena. Mas não ganha um centavo da bilheteria, já que a parceira retém a renda para pagar o que entende ser devido pelo Grêmio. E nem o gramado é bom? Esta é a leitura do clube. A da Arena Porto-Alegrense é outra, claro. Não há luz no fim do túnel. Agora o Grêmio tem um baita aliado nesta briga, que se traduz em pressão para a OAS entregar a gestão da Arena: Renato. Com ele, vem toda a torcida junto.