Em futebol, é exigência sempre olhar para o outro lado do balcão. O Grêmio entra na Recopa ainda em ritmo de preparação, distante do nível de competição que a temporada exigirá. As atuações dos titulares no Gauchão deixam isso claro. Há desfalques graves.
Não se sabe quem será o centroavante, Ramiro está suspenso, Edilson faz parte do passado e, para completar, Arthur se recupera de lesão. A ausência de Arthur é arrasa-quarteirão. O Barcelona não veio com tudo atrás dele pelos seus olhos azuis, se é que os olhos dele são de fato azuis – não podia perder a frase.
O Grêmio já está na Argentina – mergulhado em dúvidas. Só que não é muito diferente com o Independiente. É o outro lado do balcão.
O capitão e lateral-esquerdo Ariel Tagliafico foi vendido para o Ajax. O jovem meia-atacante Barco, revelação do ano passado, autor do gol que garantiu o título (1 a 1) da Sul-Americana contra o Flamengo, migrou para o Atlanta United, dos EUA.
Assim como Ramiro, o volante Diego Rodríguez está suspenso. A única vantagem do Independiente seria o número de jogos a mais em 2018: dois amistosos e três pelo Campeonato Argentino. Os titulares do Grêmio somam só duas partidas: Cruzeiro e São José. Mas as grifes são do time de Renato, o que garantiria uma leve vantagem em qualidade: Luan, eleito o craque das Américas de 2017. E Geromel, Éverton, o próprio Kannemann.
Igualdade total, eu diria, ainda mais por se tratarem de equipes que jogam segundo o mesmo conceito de futebol: posse de bola e troca de passes.
A questão do ritmo é ruim para os dois, Grêmio e Independiente.