Em algum lugar do mundo, em alguma eleição, algum dia já foi realizado um debate em formato “drive in”, com os candidatos dentro de seus carros?
Duvido.
Eu, pelo menos, nunca ouvi falar de algo sequer parecido.
O debate desta segunda-feira entre os candidatos a prefeito de Porto Alegre, transmitido pela Rádio Gaúcha, portanto, foi histórico. Se você é gaúcho, pode se orgulhar dessa façanha que certamente servirá de modelo à Toda Terra.
Mas o melhor é que a forma não prejudicou em nada o conteúdo. O debate foi ótimo, apesar de ser pulverizado entre 13 concorrentes. Se estivessem todos amontoados no estúdio, talvez não fosse tão bom. Compreensível: quando eles estão frente a frente acabam se interrompendo, falando fora de hora, atrapalhando o raciocínio do outro. O debate presencial fica sujo pela emoção do confronto visual.
Todos os debates poderiam ser assim, cada um no seu compartimento, mesmo quando terminar a pandemia. Seria mais civilizado.
Ou o contrário. Se você gosta de selvageria, vamos juntar todos numa sala e deixá-los lá sem mediação, sem juiz e sem regras. Ninguém é de ninguém. Todo mundo é de todo mundo.
Ou, talvez, façamos uma espécie de Big Brother eleitoral, eles presos numa casa durante dois meses e o eleitor acompanhando, enquanto come pipoca no sofá.
Que alianças seriam formadas?
Quem iria para o paredão?
Que casais se homiziariam debaixo do edredom?
Seria a melhor eleição de todos os tempos.