A final contra o Caxias talvez possa servir de algo a mais para o Grêmio, além da conquista do tricampeonato gaúcho. Porque uma taça é importante, sempre é, mas aprender com as dificuldades que se passou para conquistá-la pode ser ainda mais importante. Porque pode fazer crescer e levar a outras taças.
O Grêmio não jogou bem, nas duas partidas finais contra o Caxias, e existe um ingrediente que atesta essa verdade com eloquências: as más atuações de Kannemann e Geromel. Quando esses dois jogam mal é porque todo o time está torto. E eles foram mal contra o Caxias.
Os problemas começam de cima para baixo. Alisson é um esforçado, é um abnegado, mas, como atacante, é pouco efetivo. Não é de marcar gols, nem de executar jogadas verticais em direção ao gol adversário. Atrás dele, outro problema: Jean Pyerre. Esse, com a bola nos pés, é Ademir da Guia, e isso é ótimo. O ruim é que, sem a bola nos pés, ele também é Ademir da Guia: de baixa movimentação e quase nenhum trabalho de marcação. Com Jean Pyerre desligado, o meio-campo fica aberto. Foi o que aconteceu nesse domingo. O meio se abriu, o Caxias dominou a partida e quase levou à decisão por pênaltis, o que seria um fiasco na Arena.
Renato ganhou a taça, mais uma, mas terá de rever alguns conceitos. O Grêmio de 2020 está muito longe do supercampeão de 2016 e 2017.