Coudet chegou cheio de ideias. Aparafusou dois centromédios na frente da área, soltou os laterais, depois tirou um centromédio, abriu um velocista na ponta, vez em quando usou D’Alessandro, noutras vezes deixou-o esquecido no banco, fez, tentou, experimentou e... voltou às origens.
A base do time do Inter que lidera o Campeonato Brasileiro é a mesma montada por Odair Hellmann: o tripé formado por Lindoso, Edenilson e Patrick. Os três são fortes, dedicados e se movimentam com intensidade. Esse último, Patrick, foi muito injustiçado, no ano passado. Exigia-se dele ser o centro técnico do time, e isso ele não é. Mas é ótimo para tornar um meio-de-campo sólido. Patrick se soma aos outros dois, Lindoso e Edenilson, e recheia a intermediária, porque eles estão sempre próximos da bola.
Esse tripé dá base aos três que jogam mais à frente. Não é à toa que Thiago Galhardo vem fazendo gols: ele está tendo os benefícios que teve Nico Lopez no começo da última temporada. Um ano, hoje, é uma eternidade, ninguém se lembra mais do que aconteceu, mas Nico Lopez, no primeiro semestre de 2019, era o jogador mais perigoso do Inter, o goleador do time, uma ameaça constante para os adversários. Thiago Galhardo é assim agora.
Odair cometeu erros, todos os treinadores cometem, mas ele extraiu o máximo daquele grupo do Inter. Coudet identificou isso, e está fazendo parecido. Méritos de Coudet.