O Renato tinha uma arma secreta no banco. Tinha uma arma secreta no banco do Renato.
Era Darlan.
No primeiro tempo do estranho Gre-Nal de Caxias, o Inter foi melhor, foi mais organizado, mais afirmativo. Mas o Grêmio tem Kannemann e Geromel. Com esses dois na zaga, atrás de um time mais ou menos equilibrado e na frente de um goleiro seguro, fica difícil de marcar gol no Grêmio.
Kannemann, o que é Kannemann? É um tigre quando dá o bote, é um pastor alemão na vigilância da área, é um gladiador que oferece a própria integridade física para defender a irmandade. Kannemann é o zagueiro indispensável a qualquer time que pretenda ser vencedor. O atacante, quando olha para Kannemann, não vai lá.
E Geromel, o Homem de Borracha, que raridade é esse Geromel. Geromel não erra. Geromel é perfeito. Como é que a Seleção não começa por Geromel, para terminar em Neymar?
Foram eles, Geromel e Kannemann, que garantiram o zero a zero no primeiro tempo.
Aí, no intervalo, Renato tirou Darlan das sombras da reserva e o colocou no time. Ninguém esperava por essa mudança. Pepê era mais provável. Ou Luciano. Ou Thaciano. Mas entrou Darlan. E Darlan deu lógica ao meio-campo. Havia,agora, mais força na marcação e mais fluência na armação. Matheus Henrique cresceu, os laterais ficaram aliviados e até Jean Pyerre, que parecia meio desanimado, se agrandou.
No segundo tempo, o Grêmio dominou com naturalidade e venceu com naturalidade. Graças a Darlan. Graças a Renato. Que tinha uma arma secreta no banco de reservas.