O futebol gaúcho não apenas deve, como pode e tem de voltar em até dois meses. Digo "pode" não por palpites ou quereres, e sim porque as autoridades o garantem, encarapitadas que estão na informação segura e na boa ciência.
O governo do Estado dividiu o Rio Grande do Sul em regiões com maior ou menor condições sanitárias, zonas amarelas, laranja, vermelhas e negras. Em alguns lugares, simplesmente não há incidência do insidioso coronavírus, e a vida segue em um ritmo com alguma normalidade. Nesses locais, o campeonato encontrará condições de ser disputado.
Que rede de hotéis não concederá desconto nos preços das diárias para receber a delegação de um clube?
Que restaurantes não farão esquema especial de almoço e jantar para atender a um grupo de jogadores?
Não será como vinha sendo, claro que não. Nada mais será como vinha sendo. O mundo todo, da China ao Chuí, vive em contingências especialíssimas, e as saídas terão de ser especialíssimas também. O campeonato haverá de ser disputado com outra fórmula, talvez com outros participantes, certamente com times bastante mutilados, mas haverá de ser disputado.
É importante que assim seja, porque o futebol não é só um jogo; é um símbolo. A volta das partidas sinalizará a todos os gaúchos, e também a todos os brasileiros, que a vida está recuperando pelo menos um pouco da sua energia. Que o mundo voltará ao normal. Não é apenas pela necessidade financeira dos clubes que o futebol gaúcho precisa voltar. É pela esperança.