Passei alguns dias em Washington e, neste período, li muito o jornal local. No caso, um diário de certa importância, o Washington Post. Você dirá que sou antigo, porque hoje o Washington Post pode ser lido em qualquer lugar, graças ao coruscante mundo virtual. É verdade. Só que jornal, para mim, não é apenas um bebedouro de informação. Há, no ato de ler jornal, uma experiência tátil e visual. O prazer de sentar-se com uma xícara de café fumegante ao lado e sorver página por página. Além disso, o papel dá informações extras: você pode medir a importância de um assunto pela explosão da capa ou pela extensão da cobertura. No jornal, uma página inteira dedicada a um tema passa ao leitor a ideia da dimensão do que é tratado. Na internet, não; porque a internet é um poço sem fundo. O espaço tem pouco significado na internet. Tanto que os veículos permitem que os leitores façam comentários aos milhares e acham que, quanto mais, melhor.
Comportamento
Falando de bichas
As suscetibilidades mudam com o tempo
David Coimbra
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