Ninguém é a favor do aborto. Absolutamente ninguém. A mulher que faz o aborto não gostaria de fazê-lo. Se ela se submete a essa violência do corpo e da alma é porque se sente obrigada a isso. É porque não vê outra saída. E, de todas as situações em que o aborto é uma triste necessidade, nenhuma se torna mais dramática e mais urgente do que a da mulher que engravidou por causa de um estupro.
O estupro é uma pequena morte. Não é por acaso que os mais cruéis exércitos usam o estupro como arma de desmoralização do inimigo. Não é por acaso que nem entre presidiários o estuprador é perdoado.
No Brasil do vale-tudo, ora combatido pela Lava-Jato, o estupro é rotina. No meio dos ricos e no meio dos pobres. Pior: no meio das famílias.
Dias atrás, uma menina de 15 anos foi estuprada na Redenção. Isso acontece diariamente no país. E, agora, o Congresso caminha para aprovar a criminalização de todos os tipos de aborto, inclusive nos casos de estupro. É o obscurantismo. É o caminho das trevas. De certa forma, é mais uma violência, mais um estupro cometido contra as mulheres do Brasil.