Em janeiro, quando o novo coronavírus estava fora do radar dos principais líderes mundiais, o historiador e economista Niall Ferguson, 56 anos, fez um alerta durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça). Professor em Oxford, pesquisador do Instituto Hoover da Universidade de Stanford e autor de vários livros sobre história, economia, corporações e conflitos (entre eles uma biografia em tom elogioso de Henry Kissinger), o escocês radicado nos EUA pregava que os líderes deveriam ficar atentos a um problema sanitário grave que se desenrolava por trás da cortina protetiva da China. O discurso do pensador, que é um crítico do governo chinês e um defensor do liberalismo e da economia de mercado, encontrou eco em poucos políticos reunidos na Suíça. De volta à Califórnia, nos EUA, viu o problema se tornar pandemia. Quando as medidas de isolamento se iniciaram, mudou-se com a mulher, a escritora de origem somali Ayaan Hirsi Ali, e os dois filhos para uma casa de campo isolada no Estado de Montana, norte do país. De lá, conversou com GaúchaZH sobre a crise que desafia líderes do mundo todo sob uma perspectiva histórica e, também, sobre a repercussão dos protestos recentes contra o racismo.
Em janeiro, em Davos, o senhor afirmou que o grande assunto do ano seria a pandemia, mas o tema central do Fórum Econômico Mundial eram as mudanças climáticas. Por que os líderes mundiais não levaram o assunto tão a sério naquele momento?
Alguns deles levaram, e é preciso dar o crédito: o primeiro ministro de Taiwan, o líder sul-coreano, o primeiro ministro da Austrália e a premiê da Nova Zelândia entenderam o alerta vermelho desde muito cedo e fizeram um bom trabalho. Dos líderes europeus, conversei pessoalmente com o (grego) Kyriákos Mitsotákis. Ele foi uma das poucas pessoas em Davos que entendiam que a chegada do coronavírus poderia representar algo muito grave. Então a Grécia tomou decisões importantes bem cedo e teve bons resultados. No Reino Unido e nos EUA, a história foi muito diferente. Devo acrescentar o Brasil também nessa lista. Duas coisas aconteceram, umas delas mais óbvia e uma, menos. A mais evidente é que esses líderes menosprezaram os riscos porque não queriam arcar com o custo econômico das ações. Sabemos que Donald Trump, Boris Johnson e Jair Bolsonaro ignoraram os riscos que a pandemia poderia trazer até o mês de março. A questão menos óbvia – e mais grave – foi o fato de os burocratas dos serviços de saúde, cujo trabalho era ter uma estratégia para conter o vírus, errarem fragorosamente. A mídia tende a enfatizar o papel dos líderes, o que é legítimo. Mas governos são estruturas complexas. Há pessoas cuja atribuição é ter um plano para uma pandemia. Nos EUA e na Inglaterra, elas falharam.
O senhor chegou a dizer que esses especialistas foram responsáveis por estratégias desastrosas. Pode falar mais sobre isso?
Falo dos EUA e da Inglaterra porque são os países que conheço melhor. Neles, o desastre teve a seguinte forma: em janeiro, fevereiro e no início de março, quando deveriam ter sido ativos nos testes e no rastreamento de infectados, não fizeram nada. Então, no meio de março, quando já era tarde, entraram em pânico. E, com o pânico, veio o lockdown. Esse é o pior dos mundos, pois, além de não terem contido a doença, impuseram à população a recessão econômica que vem com o lockdown. Sabemos, pelos países que tiveram sucesso na estratégia, que você não precisa fazer lockdown se acerta em políticas preventivas, com testagem em massa e rastreamento dos infectados. Foi o que fizeram Taiwan e Coreia do Sul, sem a necessidade do lockdown.
Como o senhor acredita que os líderes desses países serão lembrados?
A história costuma julgar os líderes de forma injusta, por uma ou duas decisões tomadas ao longo dos anos. Tony Blair, por exemplo, foi um líder competente, eu diria um dos mais bem sucedidos do Partido Trabalhista (inglês) no século 20. Mas sempre será lembrado pelas decisões sobre a Guerra do Iraque. Todo o restante deverá ser esquecido. No caso dos líderes atuais, Bolsonaro seria lembrado pelas reformas econômicas de 2019 não fosse a crise do novo coronavírus, que sacudiu o governo dele enormemente. Trump poderia ser lembrado pela redução do desemprego e por uma marcante recuperação econômica do país até a chegada da covid-19. Mas isso não significa que eles serão lembrados apenas pela má condução da crise decorrente da pandemia. Nos EUA, o rumo das discussões mudou desde o assassinato de George Floyd, e a brutalidade policial e a política da lei e da ordem ganharam muito peso. O veredito sobre um líder, muitas vezes, demora anos para se consolidar. E ainda estamos no meio da pandemia. Veja o exemplo da Inglaterra. Boris Johnson era uma figura tremendamente popular no país, algo que chegou ao auge quando foi infectado pelo coronavírus. Em algumas semanas, essa popularidade evaporou e, agora, ele está no fundo do poço. Do ponto de vista da história, o mais impressionante é que as reputações tendem a ser voláteis enquanto as pessoas ainda estão no poder. O líder pode ir de vilão a herói e, depois, voltar a ser herói muito rapidamente. Ainda não terminou para essas pessoas. Quem sabe o que vai acontecer em seis meses?
Nos EUA e na Inglaterra, o desastre teve a seguinte forma: em janeiro, fevereiro e no início de março, quando deveriam ter sido ativos nos testes e no rastreamento de infectados, não fizeram nada. Quando já era tarde, entraram em pânico. E, com o pânico, veio o lockdown. Esse é o pior dos mundos, pois, além de não terem contido a doença, impuseram à população a recessão econômica que vem com o lockdown.
Algumas pessoas comparam a crise atual com aquela que foi decorrente da Segunda Guerra Mundial. Outros, coma a gripe espanhola, em 1918. Pode ser cedo ainda, mas como o senhor acredita que essa crise se encaixa na História?
Em número de mortos, não estará entre as 20, talvez 30 maiores pandemias da história. Só que o tema crítico não é necessariamente quantas pessoas a pandemia matou. Talvez seja, isso sim, as consequências das mortes que deva fazer com que ela seja historicamente significativa. O coronavírus tende a ter grandes consequências devido ao enorme choque econômico causado pelo lockdown e, em seguida, pelas situações políticas e sociais tensas que essa situação criou. Quase todas as pandemias provocam esse tipo de consequências. Acredito que existam dois aspectos que farão a covid-19 ser historicamente importante. O primeiro é se essa crise colocar um fim à presidência de Trump, isto é, se as falhas dele, neste ano, o levarem à derrota nas eleições deste ano. A segunda é a possibilidade de uma “Guerra Fria II” ficar ainda mais intensa. A questão chave para ser destacada não é apenas o número de mortos. Se olharmos as duas grandes guerras, a Segunda teve muito mais mortos. Mas a Primeira Guerra Mundial desencadeou uma série de fatos com muito mais repercussão. Causou a Revolução Russa, a derrocada dos impérios do Leste Europeu e, fundamentalmente, deixou os EUA como nação dominante na economia. A Segunda Guerra significou o fim do fascismo e do nazismo e deixou os EUA ainda mais fortes como potência dominante. Essa pandemia será impactante pelo que legar política e economicamente no mundo.
Como a pandemia vai mudar o mundo pelo aspecto econômico?
Há pelo menos duas consequências óbvias. Uma é a globalização, que vinha arrefecendo desde 2007 e, agora, perde mais força ainda. A projeção de termos uma economia mais integrada fica mais complicada, porque nós estamos vendo o quanto as fronteiras são importantes. Outra coisa é que veremos a aceleração econômica das nossas vidas, cada vez mais para o virtual, em detrimento do físico. As pessoas da Microsoft, da Amazon ou do Google deviam estar projetando o aumento do volume de uso de dados online que tivemos em seis meses, originalmente, para uns 10 anos. Isso tem um grande impacto, também.
Em 2012, o senhor escreveu Civilização: Ocidente x Oriente, no qual afirmou que a China, em algum momento dos anos seguintes, se tornaria a nação mais poderosa do mundo, superando os EUA. Essa ideia mudou?
Sim e não. Sim porque os problemas da China ficaram ainda mais evidentes agora. A crise provocada pela pandemia atingiu a economia chinesa com força. Por outro lado, essa situação será revertida, porque a recuperação deverá ser mais rápida do que a das outras nações. Provavelmente, a China vai ter resultado positivo de crescimento neste ano, mesmo que seja baixo, enquanto os EUA deverão ter PIB negativo. Mas o que sinto é que a China está atingido um certo limite com seu sistema de partido único. Desde que escrevi esse livro, a direção da liderança de Xi Jinping foi muito permeada pela dominância da ideologia do partido. A possibilidade de uma China mais liberal e dinâmica perdeu força. Vejo sintomas da velha patologia soviética. A China tem um sério problema demográfico. A força de trabalho está diminuindo. E, além disso, tem feito novos inimigos nos últimos seis meses. Se olharmos para os números crus, sim, a China está rumando para superar os EUA. Mas há algumas coisas que são muito difíceis de serem resolvidas. Veja, se você cria a maior classe média da história, esta ganha algum dinheiro e você diz para ela: “Nós não seguimos a regra legal aqui, podemos confiscar sua propriedade se a gente não gosta da sua posição política”. Trata-se de uma grande vulnerabilidade o partido não ser subordinado à lei. Por isso acredito que uma parte da sociedade chinesa não está contente com os rumos que o país tomou – ainda que, como a população é vigiada, todos tenham de ter cuidado com o que dizem.
Os problemas da China ficaram ainda mais evidentes agora. A China está atingido um certo limite com seu sistema de partido único. A possibilidade de uma China mais liberal e dinâmica perdeu força. Vejo sintomas da velha patologia soviética.
O senhor compara certos aspectos da China atual à União Soviética?
A China cometeu uma série de erros nos últimos 10 anos que ainda vão provocar uma situação desastrosa. Esses erros lembram, sim os grandes problemas da União Soviética. Isso pôde ser visto em Wuhan, com o coronavírus. O que aconteceu ali pode ser comparado à Chernobyl. Teve uma falha, porque alguém não estava fazendo seu trabalho de forma eficiente. Quando os médicos descobriram o problema, oficiais do governo os mandaram calar a boca e semanas se passaram antes que o real tamanho do desastre fosse dimensionado. Apesar da pujança econômica, do setor privado, das empresas de tecnologia, o cerne é igual à União Soviética, com seu sistema de partido único com toda a corrupção e a mentira que permeia esses sistemas. E esses sistemas não conseguem vencer. Vão cometer erros assim novamente. Não me parece que seja um modelo para o século 21.
E tudo isso ocorre no momento em que há uma escalada de tensão entre China e EUA. Onde isso vai parar?
Está claro que nós estamos em meio à Guerra Fria II, alertei sobre isso em fevereiro do ano passado e, com a pandemia, o conflito ficou ainda pior. O número de contenciosos só aumentou: foi na China que a pandemia começou, há o fato de os EUA reconhecerem Taiwan como Estado independente, agora a China avança ideologicamente sobre Hong Kong e tem, ainda, a questão econômica e a inteligência artificial. A Guerra Fria II veio para ficar. Acho que qualquer relaxamento da tensão entre Washington e Pequim será momentâneo. Acredito que teremos algum tipo de confronto em algum momento. E não será por causa de Hong Kong, mas de Taiwan – se os EUA seguirem com a ameaça de bloquear o acesso da Huwaei à tecnologia de semicondutores feitos em Taiwan. Eu diria que esse é um dos maiores pontos de conflito potencial no mundo hoje.
Em grandes acontecimentos históricos mundiais, normalmente um líder de sobressai. O senhor vê esse líder hoje?
A qualidade dos líderes políticos no mundo mudou muito. A carreira de política ficou menos atrativa. Você ocupa uma posição que te deixa exposto a um verdadeiro bombardeio, principalmente com as redes sociais. A política se tornou uma espécie de entretenimento na era da internet. Lembro de quando eu era criança e assistia à TV: às 18h, o entretenimento cessava e começava o jornalismo com a política. E eu saia da sala porque era chato. Agora a internet fez uma fusão entre entretenimento e política, que viraram uma coisa só. Os políticos se tornaram figuras de entretenimento, pois têm drama nas suas histórias. Isso significa que a política acaba atraindo pessoas mais “casca grossa”, que não se importam se forem odiados ou não. Pessoas que são carismáticas, tipo superstars. E essas, infelizmente, são pessoas que têm pouca capacidade administrativa, porque elas foram selecionadas pelas razões erradas. Daí você confronta essas pessoas com problemas complexos, como, por exemplo, tomar uma decisão rápida, para evitar que algo pior aconteça. Essas pessoas simplesmente não entendem aquilo. A única coisa que eles entendem é “como isso afeta a minha imagem”.
Grandes publicações, mundiais têm criticado o presidente do Brasil pela forma como ele tem liderado o país na pandemia. Como o senhor acompanha isso?
Primeiro, é importante dizer que defendi o governo de Bolsonaro desde sua eleição. Pareceu-me que Paulo Guedes tinha um plano convincente de reforma da economia brasileira. Era possível perdoar Bolsonaro pelo seu jeito demagógico se ele permitisse que um modelo de livre mercado pudesse ser colocado em prática. Gostei de ver a reforma da Previdência, as privatizações parecem em andamento. Então surgiu a pandemia, criando uma tempestade perfeita para o Brasil. Há uma tendência de as pessoas focarem no líder – é o que acontece no Brasil, nos EUA e no Reino Unido. Só que não é só o presidente que lida diretamente com a saúde pública. Mas aqui, no Hemisfério Norte, há um desgosto por Bolsonaro. O New York Times vê o governo dele praticamente como uma ditadura. Para o Times, Bolsonaro é pior do que Trump. E acho que essa cobertura vem sendo feita de forma injusta e enganosa. Tenho amigos em São Paulo que me dizem que a cobertura é sempre negativa e que a situação não é tão ruim assim. Sim, há crise política, divisão com os governadores, mas é o mesmo tipo de coisa que há nos EUA.
A política se tornou uma espécie de entretenimento na era da internet. Isso significa que a política atrai pessoas carismáticas, tipo superstars. E essas têm pouca capacidade administrativa.
Mas o fato de Trump e Bolsonaro terem desmerecido a gravidade da pandemia não passa uma mensagem de erro?
Lembro, ainda em março, quando os epidemiologistas mais conceituados do Imperial College of London disseram que, se não houvesse lockdown, 2 milhões de norte-americanos e 500 mil ingleses poderiam morrer. Eles estavam exagerando. Mas foi um erro (dos governos desses dois países) dizer “vocês estão exagerando e essa crise não será pior do que a da influenza sazonal”. Em algum lugar entre as duas repostas estava o correto. O Imperial College cometeu exageros sobre os riscos. Mas era igualmente errado dizer que isso era só uma gripe e não havia perigo. Acho que Trump e Bolsonaro instintivamente adotaram uma postura cética em relação aos pessimistas. O perigo foi ir para o extremo oposto, dizendo não ser um grande problema. Vimos uma falha na divulgação da informação pública. Na verdade, esses governos confundiram a sociedade. Esse é o problema dos líderes populistas: não é muito atrativo liderar um país baseado em evidência científica moderada.
Estamos assistindo à insurgência da população negra em vários países, mas principalmente nos EUA. ainda há uma parte da população que acredita em supremacia racial. Por que é tão difícil acabar com isso?
Quando estive pela primeira vez nos EUA, no início da década de 1980, vindo da Escócia, fiquei impressionado com a quantidade de vocabulário racista. De uma forma geral, de lá para cá, houve avanços, principalmente na área econômica, com classes mais baixas tendo mais acesso aos bens de consumo. Mas isso não é o que está em jogo nesses protestos, que são sobre um tema específico: a violência policial para com os negros. Há um problema claro sobre o uso da força da polícia nos EUA, que está relacionado à prevalência do uso de armas de fogo. O policial tem razões para desconfiar que uma pessoa está armada. Os protestos têm origem na ideia de que há violência policial, o que de fato existe, e que é motivada por racismo, mas há uma diferença enorme entre o problema da brutalidade da polícia e o do racismo por si só, que é de fato um problema histórico. O Brasil teve escravidão por mais tempo do que muitos países. Há provavelmente tanto preconceito com a cor da pele no Brasil quanto no Hemisfério Norte. E eu não vejo protestos generalizados assim no Brasil. O que vejo é a indignação de afro-americanos que tiveram um período difícil com problemas econômicos e que foram adotados pela população branca progressista para proveito político. Os protestos viraram um fenômeno nas redes sociais. Chegamos a um ponto em que as pessoas estão brigando nas ruas da Escócia e da Inglaterra por algo que aconteceu em Mineápolis.
Há um problema claro sobre o uso da força da polícia nos EUA, que está relacionado à prevalência do uso de armas de fogo. O policial tem razões para desconfiar que uma pessoa está armada. Os protestos têm origem na ideia de que há violência policial, o que de fato existe, e que é motivada por racismo, mas há uma diferença enorme entre o problema da brutalidade da polícia e o do racismo por si só, que é de fato um problema histórico.
E isso em meio à pandemia.
Há duas pandemias no mundo hoje. Uma é a da covid-19. A outra é um fenômeno online em que problemas específicos se tornam globais tendo como principal vetor as redes sociais. E, no processo de transmissão, o verdadeiro assunto se perde de vista. E o verdadeiro problema, no caso, é o excesso da polícia. O policial que matou George Floyd tinha 30 reclamações por uso excessivo de força. Por que não foi demitido antes? A resposta está na força dos sindicatos que representam os policiais: é muito difícil demitir um policial violento. Mas ninguém, em Bristol, Glasgow ou Nova York, tem a mais remota compreensão desse assunto.
Mas o problema do racismo não está, ainda, muito presente em muitas sociedades nas quais há protestos?
Está, mas existe uma necessidade imediata de tentar resolver um problema que na verdade se resolve com mudança de política, com a troca dos policiais que fazem o uso excessivo da força. E isso se perdeu de vista. Como nós podemos fazer o racismo desaparecer enquanto ainda se estigmatiza o tema? Há campanhas contra o racismo há muito tempo. O quanto elas são capazes de transformar o mundo em um ambiente de maior tolerância? Sou casado com uma mulher negra e tenho dois filhos miscigenados. Então, fico preocupado, porque eles vão chegar à adolescência e vão ser considerados afro-americanos pela polícia. Só que, em vez de a questão ser essa, tornou-se o que fazer para combater o racismo. Funciona você postar no Tik Tok que seus pais têm comportamento racista? Isso ajuda? Francamente, eu duvido. Derrubar estátuas ajuda? Isso vai mudar algo em relação ao racismo? Francamente, não mudará nada.