O futebol está insistindo nas SAFs (sociedades anônimas do futebol), principalmente na Europa. Esse tipo de negócio ocorre quando alguém ou um grupo de pessoas com muito dinheiro resolve investir em um clube, mas não para lucrar, pois esse tipo de mercado dá prejuízo. Os times brasileiros não estão endividados por acaso.
Hoje, o Grêmio paga para um jogador que joga no campeonato paulista, que se aposentou no ano passado, e agora até retornou aos gramados. Por conta da Lei Pelé, o Tricolor gasta R$ 50 mil mensais com o Jean Pyerre.
Mas as SAFs podem resolver isso? Vou dar o exemplo da contratação de Diego Rosa, ex-Grêmio, pelo Grupo City. O atleta era um jovem promissor do Tricolor que o grupo — na época, não tinha estrutura no Brasil, e hoje tem o Bahia — foi lá e pagou 6 milhões de euros, mais gatilho aqui, gatilho ali. Isso acontece porque a legislação brasileira permite que se faça multas para o mercado do Exterior acima do valor do contrato.
Pode parecer que há prejuízo para o grupo City, e talvez até tenha em relação a determinados negócios. Mas é para isso que estas SAFs têm mais de um clube. O City não ganha dinheiro com futebol. O City é comandado por uma estrutura lá do mundo Árabe, que fabrica petróleo.
A SAF do Botafogo é outro exemplo. O clube tem um dono: John Textor, que comanda o clube carioca, o Lyon, o Crystal Palace. O grupo City tem mais de 10 equipes. Fica mais fácil negociar os jogadores entre estes próprios times, mas também podem acabar limitando as negociações para um mesmo círculo e, ainda por cima, inflacionando o mercado.
*Colaborou: Nikolas Mondadori