Aos 28 anos, o estudante de Jornalismo e auxiliar da fotografia de Zero Hora Patrick Borges já voou de balão, andou de paraglider, viajou de helicóptero e, há um mês, saltou de paraquedas. Nada fora do comum para um jovem de espírito aventureiro, não fosse um detalhe: Patrick tem distrofia muscular, diagnosticada aos nove meses de idade, que o impede de se locomover sem cadeira de rodas.
Com o avanço da doença degenerativa, ele consegue mexer apenas as pontas dos dedos. Seria compreensível, portanto, que o universitário procurasse atividades mais calmas nas horas vagas. Mas Patrick é inquieto, não se acomoda com limitações impostas pela fragilidade de seus músculos.
— Eu sempre gostei de adrenalina, mas faltava incentivo — conta Patrick.
E o incentivo veio quando Lauro Alves e Fernando Gomes, dois dos mais talentosos repórteres fotográficos de ZH e colegas de Patrick, o incentivaram a escrever um blog. Nascia o Diário de Bordo de um Cadeirante Aventureiro, que registra as ousadias do estudante. Para o salto de paraquedas, Lauro e Fernando ajudaram-no a afixar duas câmeras de ação junto ao corpo. Todos os momentos foram registrados e publicados em um vídeo emocionante.
— Uma sensação de liberdade indescritível — resume.
Conto esta história porque Patrick, um dos responsáveis por colocar no nosso sistema as fotos dos profissionais de imagem que chegam das ruas, sintetiza um pouco do que é a Redação Integrada: um lugar inclusivo e plural, que valoriza a diferença, um espaço em que a excelência e a generosidade andam de mãos dadas.
Estudante do terceiro semestre, Patrick, que sonha em ser repórter, não é a única pessoa com deficiência na Redação Integrada. E suas supostas limitações são, na verdade, nossas fortalezas. Quanto mais inclusivos formos, mais capacidade teremos de traduzir um mundo complexo e multifacetado. É também por isso que compartilhamos das ideias dos grupos de afinidade existentes no Grupo RBS, como Afro (raça), Jura (gênero) e Pride (LGBTQI+) e estimulamos a nossa Redação a fazer parte deles. A diferença é bem-vinda por aqui.
— Investir em diversidade é o mantra atual de qualquer organização. Entretanto, quando entendemos que esta contribui diretamente para os resultados dos negócios, por meio das pessoas que são diferentes e pensam diferente e que isto gera inovação, só então percebemos o real valor de termos equipes plurais. Aprender a lidar com a diversidade faz com que todo mundo cresça — define Eva Ghisio, gerente-executiva de Recursos Humanos do Grupo RBS.