A três anos e sete meses da Copa de 2022, Zero Hora mostra como estão os preparativos para receber o maior evento do planeta.
A convite da Federação de Futebol do Catar, a repórter Ohana Constante passou sete dias conhecendo arenas e pontos turísticos, frequentando restaurantes e interagindo com a população.
Junto com outros jornalistas brasileiros, Ohana conferiu de perto os colossos Education City Stadium e Khalifa Stadium, em Doha, e Lusail Stadium, em Lusail, cidade projetada no deserto para 250 mil pessoas ao custo de US$ 45 bilhões. Lusail, a propósito, é uma história das arábias. Construída do zero para a Copa, conta com 22 hotéis e três shoppings, mas ainda é uma cidade fantasma.
– Impressiona porque é uma cidade nova, luxuosa e deserta – descreve Ohana.
Com o cronograma de obras avançado, o Catar está praticamente pronto para a Copa de 2022. Um dos desafios, porém, será mobilizar a população local, que não parece muito ligada em futebol.
– O esporte favorito deles é corrida de camelos – conta a jornalista.
Os turistas que se aventurarem encontrarão facilidades com o idioma e nos deslocamentos. Com imigrantes de várias partes do mundo, o inglês é a segunda língua oficial. As autoridades locais já definem a competição como a Copa da “praticidade, da mobilidade e da tecnologia”. E faz sentido. Com 2,6 milhões de habitantes assentados em um país com metade do tamanho do Estado de Sergipe, o Catar projetou oito arenas próximas umas das outras. A maior distância entre um estádio e outro é de 55 quilômetros. A menor, cinco quilômetros. Para efeito de comparação, o Beira-Rio e a Arena Amazônia, em Manaus, duas das 12 sedes da Copa de 2014, ficam a 4,8 mil quilômetros uma da outra.
– Será possível ver dois jogos em estádios diferentes no mesmo dia – garante Ohana.
À beira do Golfo Pérsico, o Catar, apesar de ser uma monarquia absolutista, é visto como reduto liberal da região: mulheres podem dirigir, frequentar estádios e se candidatar a cargos públicos.
– As mais conservadoras, religiosas fervorosas, não deixam nenhuma parte do corpo de fora. Às vezes, apenas os olhos. As que respeitam as tradições, mas não são fanáticas, deixam o rosto de fora e usam maquiagem. As estrangeiras não precisam se preocupar: não é obrigatório usar abaia (túnica usada por muçulmanos) – detalha Ohana.
Com a reportagem que ocupa a área especial de capa e cinco páginas do Jornada Esportiva (confira um conteúdo especial em GaúchaZH), ZH reafirma o compromisso de mostrar aos gaúchos com antecedência os preparativos do maior evento do planeta, como ocorreu na Copa da Rússia, quando enviamos Eduardo Gabardo a Moscou um ano antes de a bola rolar.