Na manhã de segunda-feira, quando caminhões-tanque começaram a estacionar no pátio da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, uma pergunta inquietava a Redação: como ajudar os leitores a encontrar gasolina?
O caminho mais fácil era ligar para distribuidoras, que forneceriam os endereços dos postos que receberiam o combustível da Refap. Mas o menos oneroso para repórteres e editores nem sempre é o melhor para os leitores.
– Como há um delay entre a saída da Refap e a chegada dos combustíveis aos postos, o risco de imprecisão é grande – alguém alertou.
À mesa da sala 305, palco dos principais debates da Redação, resolvemos contatar os 256 estabelecimentos associados ao sindicato de revendedores de gasolina, álcool e diesel na Capital. Um serviço exaustivo. A primeira decisão foi eleger o editor Rodrigo Müzell para coordenar os trabalhos. Aos 38 anos, Müzell é especialista em tarefas complexas. Entre outras experiências, coordenou os preparativos para a Copa do Mundo no Brasil, em 2014 – uma das mais longas coberturas de ZH porque se iniciou no dia seguinte à final da Copa da África, em 2010.
Müzell transformou sua mesa em um "gabinete de crise". Com o editor Eduardo Rosa, recebeu o reforço dos repórteres Cris Lopes e Raphael Gomes e dos assistentes de ZH, Gaúcha e Diário Gaúcho Arthur Ruschel, Alberi Neto, Bruna Viesseri, Eduarda Endler, Felipe Goldenberg, Gabriel Brum, Isadora Braga, Juanmanuel Labella, Kamylla Pereira, Karine Dalla Valle, Letícia Gomes, Luana Kanitz, Marcelo Carôllo, Mathews Leal, Rafael Ramos, Ulisses Miranda, Valeska Linauer e Vicente Nogueira.
Organizados em turnos, protagonizaram uma das mais úteis e emocionantes apurações realizadas na semana em que o Brasil parou. Desde a publicação da primeira lista, ao meio-dia de segunda-feira, até a tarde de quarta-feira, a matéria "Confira postos que têm gasolina em Porto Alegre" permaneceu na capa de GaúchaZH. A matéria teve pelo menos 434 mil visualizações e, em determinados momentos do dia, até 4 mil pessoas liam o conteúdo simultaneamente. Foi o assunto mais acessado durante a semana.
– Leitores e ouvintes nos alertavam para outros locais com gasolina e, depois de checar a informação, incluíamos no link a todo momento. Como é típico do digital, a matéria não acabava quando terminávamos a ronda – conta Müzell.
Em momentos de crise, ZH coloca todos os seus esforços para produzir serviços exclusivos e relevantes aos leitores. Esta é uma das características tatuadas no DNA do jornal.