Uma das grandes apostas do Brasil para conquistar medalha nos Jogos Olímpicos de Paris é o judoca gaúcho Daniel Cargnin, que em Tóquio em 2021 subiu no pódio para receber o bronze na categoria até 66 kg. Agora, o atleta da Sogipa compete um peso acima (73 kg), para onde migrou no começo de 2022 e já tem excelentes resultados, como o bronze no Mundial de 2022 e o título do World Masters no mesmo ano.
Porém, algumas lesões tem atrapalhado o ciclo olímpico do judoca de 26 anos, que é o quinto colocado no ranking olímpico e 14º na classificação mundial. Em abril do ano passado, uma uma hérnia discal com compressão das raízes nervosas o forçou a passar por uma cirurgia. O retorno ocorreu três meses depois, com o título do Campeonato Pan-Americano e tudo parecia correr bem.
E quando ele se preparava para mais uma conquista, o ouro dos Jogos Pan-Americanos de Santiago, uma fratura na fíbula sofrida na semifinal diante do colombiano Andrés Sandoval o impediu de disputar a final. Uma nova cirurgia foi necessária e mais um período de recuperação precisou ser encarado.
A recuperação foi feita e agora Cargnin está no Japão, onde prepara seu retorno ao circuito internacional.
— No final de janeiro ele foi para o tatame. O Daniel fez a cirurgia, após a fratura na semifinal dos Jogos Pan-Americanos de Santiago. Foi um momento bastante difícil. A recuperação foi muito boa e rápida. E para acelerarmos a performance, o nível dele, o COB nos ofereceu a possibilidade dele treinar no Japão. E ele está lá desde 13 de fevereiro. Lá a intensidade e o nível técnico são muito altos. Ele vai sair de lá direto para o GP de Viena, na Áustria, que será nos dias 8 e 9 de março — comentou o técnico da Sogipa e da seleção brasileira masculina de judô, Kiko Pereira.
No Japão, Daniel está acompanhado de um nome história do judô brasileiro. O também gaúcho e bicampeão mundial (2005 e 2007) e ouro no Pan do Rio de 2007, no meio-leve (até 66kg), João Derly.
É sob a supervisão de Derly, que Cargnin prepara sua volta. Do Brasil, Kiko Pereira mantém contato diário com a dupla para saber sobre os treinos e a evolução. Após a participação em Viena, ele será reavaliado e de acordo com os resultados irá disputar o Grand Slam de Tbilisi, na Georgia, entre 22 e 24 de março, e depois iniciar a preparação para o Campeonato Mundial (19 a 24 de maio), que será cerca de 60 dias antes dos Jogos Olímpicos.