Um ano após conquistar a medalha de bronze na categoria meio-leve (até 66kg) nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o gaúcho Daniel Cargnin voltou a brilhar nos tatames e, neste sábado (8), faturou o bronze do peso leve (até 73kg), no Campeonato Mundial de Judô, em Tashkent, no Uzbequistão.
A conquista tem grande importância para o atleta da Sogipa, que subiu de peso para este novo ciclo olímpico. Além disso, o Brasil não subia no pódio, entre os homens, em um Mundial desde 2017, quando o pesado (+100kg) David Moura foi prata.
Cargnin iniciou sua campanha batendo o romeno Alexandru Racu, por ippon. Já na segunda luta, um novo ippon sobre Rustam Orujov, do Zaerbaijão, vice-campeão olímpico em 2016. Nas oitavas de final, quem foi derrubado pelo gaúcho de 24 anos foi o alemão Alexander Gabler, que, a exemplo dos rivais anteriores, foi batido por ippon.
Nas quartas de final, Daniel Cargnin enfrentou o israelense Tohar Butbul, atual número 5 do mundo, e após sofrer duas punições acabou tendo seu braço imobilizado e teve de bater a mão, na chave de braço, para finalizar o combate.
Com a derrota, o brasileiro foi para a repescagem e logo de cara projetou o atual campeão mundial e vice-olímpico, Lasha Shavdatuashvili, da Geórgia. Com a vitória, garantiu um lugar na disputa pela medalha de bronze diante do italiano Manuel Lombardo, que também subiu de categoria. A luta foi uma reedição das quartas de final dos Jogos de Tóquio e, mais uma vez, Cargnin obteve a vitória, com um ippon.
— Estamos muito felizes. Fazia cinco anos que o judô (masculino) brasileiro não ganhava uma medalha em um Mundial e esse desafio foi maior ainda para o Daniel, que trocou de categoria. Ele superou as incertezas e inseguranças (por conta da troca), mas deu tudo certo. Vamos comemorar essa medalha, com gosto de ouro, do judô brasileiro — disse o técnico Antônio Carlos Pereira, da Sogipa e da seleção brasileira masculina de judô.