* A coluna ficou no ar até às 9h15 desta quarta-feira sem fazer referência aos jogadores e técnico italiano, campeões olímpicos em 1936 e mundiais em 1938.

Antes da disputa da Copa do Mundo, o principal evento de futebol era o torneio olímpico. Dessa forma, o Uruguai ganhou o apelido que sua seleção carrega até os dias de hoje, o de Celeste Olímpica, alusão ao bicampeonato obtido em 1924-28. 

Sede do primeiro Mundial, o Uruguai conquistou o título ao derrotar a Argentina e teve como base as duas equipes que ganharam as duas medalhas de ouro em Paris e Amsterdã, respectivamente. Dos 22 campeões mundiais de 1930, 13 deles ostentavam ao menos uma medalha dourada no currículo. 

Ainda na década de 1930, a Itália passou a dominar o futebol internacional e conquistou o bicampeonato mundial em 1934-38 e entre as duas Copas ainda levou o ouro dos Jogos de Berlim-1936. Quatro jogadores participaram da campanha da Olimpíada realizada na Alemanha nazista e também estiveram em campo no Mundial disputado na França, dois anos depois. E além deles, o técnico Vittorio Pozzo, que esteve no comando dos três títulos.

E passados quase 100 anos, nenhum outro jogador atingiu o feito de se tornar campeão olímpico e mundial. Na Copa do Catar, 14 jogadores começaram o torneio com essa possibilidade, nove brasileiros, três mexicanos e dois argentinos.

Os primeiros a serem eliminados foram Néstor Araujo, Héctor Herrera e Raúl Jiménez, que em 2012 estiveram na campanha vitoriosa do México nos Jogos de Londres, em decisão diante do Brasil. Na última sexta-feira, Modric & Cia mandaram para casa Weverton, Marquinhos, Gabriel Jesus e Neymar, donos do ouro nos Jogos do Rio-2016 e Bruno Guimarães, Richarlison, Antony, Daniel Alves e Gabriel Martinelli, que foram campeões em Tóquio. 

Agora, os croatas novamente cruzarão o caminho de dois campeões olímpicos, os argentinos Lionel Messi e Ángel Di María, que são os únicos que podem entrar no seleto grupo formado até hoje apenas por 13 jogadores uruguaios e quatro italianos. 

Nos Jogos de Pequim-2008, quando a Argentina se sagrou bicampeã olímpica, Messi e Di María tinham 21 e 20 anos, respectivamente, e defendiam Barcelona e Benfica. Na campanha marcaram dois gols cada, sendo que o título foi conquistado com uma vitória de 1 a 0 sobre a Nigéria, com um gol de Di María em assistência de Messi, que naquela equipe vestia a camisa 15, já que a 10 pertencia a Riquelme.

Confira a lista de campeões olímpicos e mundiais no futebol:

Uruguai

José Nasazzi (zagueiro) - ouro em 1924/28
José Leandro Andrade (volante) - ouro em 1924/18
Pedro Cea (atacante) - ouro em 1924/28
Pedro Petrone (atacante) - ouro em 1924/28
Héctor Scarone (atacante) - ouro em 1924/28
Santos Urdinarán (atacante) - ouro em 1924/28
Lorenzo Fernández (zagueiro) - ouro em 1928
Domingo Tejera (zagueiro) - ouro em 1928
Álvaro Gestido (meia) - ouro em 1928
Ángel Melogno (meia) - ouro em 1928
Juan Peregrino Anselmo (atacante) - ouro em 1928
Héctor Castro (atacante) - ouro em 1928
Zoilo Saldombide (atacante) - ouro em 1928 

* Todos disputaram a Copa do Mundo de 1930.

Itália

Alfredo Foni (zagueiro) - ouro em 1936
Pietro Rava (zagueiro) - ouro em 1936
Sergio Bertoni (atacante) - ouro em 1936
Ugo Locatelli (atacante) - ouro em 1936
Vittorio Pozzo (técnico)- ouro em 1936

* Todos disputaram a Copa do Mundo de 1938