Comprometimento. É a palavra que me vem à cabeça quando penso na Seleção comandada por Tite. Não só pela postura exemplar do treinador gaúcho que está no comando da amarelinha, mas porque ele próprio trouxe muito essa expressão durante a Copa da Rússia e segue falando à exaustão do tal com-pro-me-ti-men-to na preparação para o Catar.
Enquanto escrevo, quase consigo escutar o sotaque caxiense dele pronunciando cada sílaba. Trazendo para o meu dia-a-dia percebo que essa insistência faz muito sentido. Não consigo pensar em realizar absolutamente nada na vida se não estiver inteiramente comprometida.
Assim tem sido nos 17 anos de RBS. São 11 à frente do Globo Esporte. Lugar privilegiado, de fato. Mas fazer todos os dias a mesma coisa pode se tornar cansativo. Por isso, busco criar algo diferente de tempos em tempos. Construções criativas que me desafiam e me colocam em novos lugares, mesmo estando teoricamente na mesma posição.
Por vezes são ideias que eu proponho, outras vêm da empresa ou de algum colega. Fato é que sempre procuro criar projetos paralelos e de preferência ir tocando vários ao mesmo tempo. Assim a vida fica mais dinâmica, e, obviamente, muito mais corrida. Mas nem por isso falta a palavrinha mágica que faz tudo acontecer ao mesmo tempo: comprometimento.
Para mim não existe, por exemplo, terminar o expediente e me desligar completamente. Claro que valorizo e entendo a importância dos momentos de desconexão. Estar com meu filho, cuidar do corpo e da mente, conversar sobre outros temas que fujam do trabalho, ler livros diferentes, ver filmes, séries, enfim, tudo faz parte das minhas prioridades.
Mas como ignorar que é justamente no banho que surgem as melhores sacadas, com a água fazendo o pensamento fluir? Como não deixar um bloquinho do lado da cama e sair escrevendo, as vezes até no meio da madrugada, o que acho que pode ajudar nas construções dos materiais em que estou envolvida? A cabeça me leva e acredito que isso demonstre o sentimento de estar comprometida com o que faço.
Acredito que é preciso buscar o comprometimento com as ações individuais, mas também coletivas. Sou responsável por ajudar a construir um ambiente de trabalho saudável e leve, pela saúde financeira da empresa onde trabalho, por auxiliar colegas que tem menos experiência ou que possam precisar de mim por qualquer motivo. Tudo comprometimento.
E não existe momento em que o comprometimento é mais exigido do que na cobertura de um grande evento esportivo. A Copa do Catar se aproxima e em meio a muitas outras demandas, assim como meus outros 15 colegas, tenho tentado me preparar para esta grande jornada.
Desde leitura e pesquisa sobre as seleções, para as muitas entradas ao vivo que teremos na Rádio Gaúcha. Até a busca por histórias que tenham um viés mais cultural que possamos contar na RBS TV. Passando obviamente por todas as questões culturais, curiosidades, que vocês lerão aqui comigo e com todo o nosso time aqui em GZH.
Faltam menos de 30 dias para a Copa e estivemos em um bate-papo com estudantes da PUCRS falando sobre a multidisciplinaridade de uma cobertura como essa. São diferentes profissionais necessários para realizar essa entrega. Formações e habilidades diversas, todas com algo em comum, que deve fazer parte da vida profissional e também pessoal, a palavra mágica do Tite: comprometimento.
