Gustavo Taniguchi, diretor de Marketing Comercial da New Holland Agriculture para a América do Sul
Nas últimas décadas, poucas nações experimentaram transformação tão grande no campo quanto o Brasil. O país dobra a produção agrícola de década em década, e será um dos principais fornecedores mundiais de alimentos nos próximos 30 anos. Isso é fruto de muito investimento em tecnologia, mecanização e capacitação técnica nas lavouras.
O cenário pujante e o futuro promissor ofuscam uma triste realidade. No Brasil, atualmente, 5,2 milhões de brasileiros passam fome, e 23,6 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados por ano. São dados inadmissíveis.
Embora tenhamos conquistado avanços nas últimas três décadas, o problema ainda é um dos mais delicados da pauta social no Brasil e no mundo. A existência da fome, principalmente quando há recursos suficientes para garantir segurança alimentar, é um problema complexo — que esbarra em questões políticas, econômicas e culturais.
Sabemos da importância da alimentação como pré-requisito para a sobrevivência. Sem comida, o desenvolvimento humano fica comprometido em todos os aspectos, da saúde à educação.
Na equação da fome, o único número aceitável é zero, principalmente em uma nação que produz mais de 242 milhões de toneladas de grãos e 30 milhões de toneladas de proteína animal por ano. Além de possuir uma agricultura familiar riquíssima, responsável pelo abastecimento das cidades brasileiras.
A existência da fome, principalmente quando há recursos suficientes para garantir segurança alimentar, é um problema complexo — que esbarra em questões políticas, econômicas e culturais.
O setor privado e a sociedade rural e urbana podem participar efetivamente dessa questão. No país, existem iniciativas louváveis e criativas, que neste exato momento, trabalham para atenuar a situação de vulnerabilidade alimentar.
Acreditamos que o fortalecimento do debate sobre o tema é imprescindível. Existe excelente oportunidade de criar um projeto compartilhado, democrático, aberto e ininterrupto. Se o setor privado dialogar e se espelhar nas boas práticas, com excelentes exemplos no país, teremos a chance de promover uma mudança substancial.
É importante destacar que, independentemente do tópico, os setores precisam trabalhá-lo como propósito, não como causa. O propósito é perene e único. A causa é passageira e generalista. E com a fome, não há espaço para soluções provisórias. Com ações eficientes de combate ao problema e ao desperdício de alimentos, acreditamos que é possível criar uma agenda propositiva, que incentive a participação de outros atores. Deixamos o nosso convite.
Vamos fazer juntos?
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