Gosta de frutas e hortigranjeiros mais saborosos e quer pagar menos por eles? Então invista nos produtos que têm safra nos meses de inverno, produzidos no Rio Grande do Sul.
Quando as plantas se desenvolvem nas lavouras, em clima natural, conseguem expressar melhor seu potencial. Necessitam de menos aplicação de nutrientes e são colhidos no estágio ideal, levando período menor de tempo entre a saída das propriedades e o consumo.
– O fato de o produto ser da época fará com que esteja no ponto certo do valor nutricional, o mais otimizado possível – explica a nutricionista Sônia Alscher, professora de Nutrição da PUCRS.
Segundo a especialista, a palatabilidade também é favorecida porque é respeitado o ciclo de desenvolvimento do vegetal, que estará em seu ápice.
– Consumir as frutas da safra e do local permite que se colha no ponto de maturação, com mais aroma, doçura e sabor – reforça Antônio Conte, coordenador de fruticultura da Emater.
Colheita antecipada interfere no paladar
Quando vêm de regiões distantes ou importadas de outros países, as frutas são colhidas antes do prazo de maturação para se manterem em prateleira. Mesmo com novas tecnologias de embalagens e transporte mais apropriado, conseguem preservar mais o sabor, mas não comparável aos produtos que saem das lavouras no tempo certo e chegam em menos de uma semana na mesa do consumidor.
Nas olerícolas não é diferente. O grupo de vegetais que contempla alho, alface, brócolis, moranga, cenoura, ervilha, pimentão, tomate, entre outros produtos, também tem variedades mais resistentes ao frio, portanto, de produção local.
– No cultivo, esses alimentos crescem mais naturalmente e estão adaptados ao rigor de baixas temperaturas e umidade – afirma Gervásio Paulus, assistente técnico estadual da Emater em olericultura, agroecologia e plantas bioativas.
Estímulo à produção local
Adquirir alimentos da estação ajuda o agricultor,que mantém comercialização na entressafra de verão,que é a época de maior produção. Assim, o produtor consegue ofertar produtos mais frescos, em condições de conservação favorecidas pelas temperaturas mais baixas, menor incidência de sol, com menor custo.
Outro fator que as pessoas devem levar em conta é o impacto ambiental e econômico do transporte.Alimentos produzidos a grandes distâncias precisam ser transportados, geralmente via rodovias, o que aumenta o custo de produção e amplia a emissão de gases do efeito estufa. O desembolso também é menor na lavoura. A produção de frutas e hortigranjeiros típicos da época exige menos insumos no plantio.
– Exigem menos tratos culturais, o que reduz custo para o agricultor – diz Gervásio Paulus, da Emater. Com gasto menor, o valor dos alimentos nas gôndolas dos supermercados e feiras, também cai, o que, em tempos de crise econômica, é um atrativo fundamental.
É temporada de...
As principais frutas da estação são morangos, bergamotas e laranjas. Já entre as olerícolas, os destaques são a alface, brócolis, beterraba, agrião, rúcula, espinafre, almeirão, repolho, manjeiricão, rabanete, cebolinha, salsa e variados tipos de couve e cenoura.
Curiosidade: do verão ao inverno
A moranga cabotiá é colhida no verão e parte é estocada para o inverno. A casca ajuda a conservar o produto por até cinco meses, se mantida abrigada, geralmente sobre palhada seca. Outros alimentos de maior tempo de prateleira são cebola e alho.