O aumento da área plantada com canola nas regiões Noroeste e Missões não foi suficiente para evitar a redução dos hectares destinados à cultura no Rio Grande do Sul. Enquanto nas duas localidades a extensão dos campos semeados com o grão cresceu 20%, totalizando 15 mil hectares, no Estado, ocupa 34,73 mil hectares, 33% inferior aos 52,46 mil hectares do ciclo passado.
– O menor interesse dos agricultores gaúchos é explicado pelo péssimo resultado de 2017.
O excesso de chuva durante a colheita derrubou a produtividade – detalha Claudio Dóro, engenheiro agrônomo da Emater Passo Fundo, explicando que os produtores das regiões onde houve expansão foram motivados pelo rendimento pior do trigo.
No ano passado, a média estadual de colheita de canola foi de 12 sacos por hectare, quantidade abaixo do custo, que equivale a 15 sacos por hectare. Este ano, pode alcançar 25 sacos. Segundo a Emater, já foram adotados os tratos culturais e, daqui para a frente, devem monitorar pragas e doenças.
– Se o clima for favorável, será ano de fazer caixa – diz Dóro.
No Estado, as lavouras estão nas fases de desenvolvimento vegetativo, floração e, na região Noroeste, de enchimento de grãos.
– O produtor aguarda um inverno com temperaturas entre cinco e 20 graus, o que favorece o potencial produtivo – reforça Vantuir Scarantti, gerente agrícola que acompanha o desenvolvimento da cultura no Noroeste.
Indústria de óleo investe em expansão
A expectativa de uma boa safra movimenta a indústria de óleo de canola. Em Giruá, no Noroeste, uma indústria de óleos especiais está aplicando R$ 7 milhões na ampliação da unidade.
– Acreditamos no óleo de canola e estamos investindo no envase. A logística vai melhorar porque o óleo será produzido e embalado aqui mesmo – conta Luiz Warbechowsky, diretor industrial da empresa.