De aliado da alimentação a vilão da saúde: o óleo de coco viu seu reinado desmoronar nos últimos meses. Depois de ter suas infinitas propriedades terapêuticas questionadas por entidades médicas brasileiras, chegou a vez da American Heart Association se pronunciar sobre a gordura vegetal.
Em um artigo publicado nesta semana, a presidência da associação alerta sobre os riscos que o produto traz à saúde. No texto, há referências a experimentos controlados que mostraram que tanto a manteiga como o óleo de coco aumentaram o colesterol ruim (LDL) na comparação com o óleo de cártamo – a manteiga mais, é preciso esclarecer.
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Outro estudo também comparou o óleo de coco com azeite de oliva. Mais uma vez, a gordura da fruta aumentou o mau colesterol. A explicação está no perfil dos ácidos graxos do óleo de coco, composto em 82% de gordura saturada, relacionada diretamente às doenças cardiovasculares. Gordura bovina, por exemplo, tem 50% desse tipo de gordura, enquanto o azeite de oliva tem 14%.
Segundo a publicação, o marketing em torno do produto e até mesmo a imprensa têm uma parcela de culpa na disseminação de sua boa fama. Reflexo disso é uma pesquisa recente que mostrou que 72% dos americanos apontaram o óleo de coco como uma opção saudável.
No Brasil, tanto a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) quanto a Associação Brasileira de Nutrologia (Abran) já se manifestaram sobre o produto. Ambas tratam com ressalvas o uso dessa gordura.
– Não há nenhuma evidência científica que comprove que ele faça bem para a saúde de forma geral – disse a ZH, em abril, a vice-presidente do Departamento de Obesidade da SBEM, Rosana Radominski.
Para substituir o óleo de coco, especialistas indicam o óleo de girassol para frituras e o azeite de oliva para outras preparações.