Frequentemente, voltam à mídia notícias sobre a febre aftosa. Mas, afinal, por que se fala tanto sobre isso? Essa é uma enfermidade provocada por vírus altamente contagioso e que acomete bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos. A presença da enfermidade em um rebanho pode causar grandes prejuízos diretos, decorrentes dos sinais clínicos. Contudo, os mais impactantes estão ligados aos prejuízos indiretos, dos embargos econômicos dos importadores e do impacto social ligado à região envolvida.
O Brasil começou o combate à aftosa em 1963, organizando campanhas de vacinação em algumas regiões. Em 1992, o programa foi reformulado, visando à erradicação da doença e evoluiu consideravelmente com a implantação progressiva de zonas livres até os dias atuais.Na última década, o Brasil vem ganhando posição de destaque no mercado mundial de produtos de origem animal, tanto pelo melhoramento significativo da situação sanitária do seu rebanho animal, quanto pela qualidade dos produtos.
Agora, como parte da revisão do Programa Nacional de Erradicação de Febre Aftosa (PNEFA), o Ministério da Agricultura lança o plano estratégico para enfrentar os desafios da última etapa da eliminação da doença.
O objetivo é consolidar a condição sanitária para que novos mercados possam ser prospectados, aumentando a participação do agronegócio brasileiro.
Entretanto, avaliações regulares do próprio Ministério da Agricultura indicam a necessidade de melhorias e adequações, estruturais e técnicas, a fim de suportar os avanços para condição de zona livre de aftosa sem vacinação. Além do mais, os mecanismos de financiamento do programa precisam ser ajustados, e devem sustentar de forma imutável a nova condição sanitária. Antes da retirada da obrigatoriedade da vacinação, as vulnerabilidades precisam ser identificadas e corrigidas de forma contínua, o sistema de vigilância obrigatoriamente necessita ser avaliado e fortalecido.
É importante ressaltar que a vacinação como medida única não é suficiente para proteção sanitária, até porque a vacina não funciona como um repelente. O importante é que, com ou sem vacinação, os governos garantam a qualidade dos serviços de vigilância veterinários.