É a diferença cambial que tem ajudado o Rio Grande do Sul a manter resultados positivos nas exportações do agronegócio. Se o volume de produtos embarcados cresceu nos seis primeiros meses do ano, embalado pela colheita recorde de soja, a receita, em dólares, caiu. Não fosse a valorização da moeda americana frente ao real no período, teríamos outro cenário.
A quantidade de produtos negociada de janeiro a junho cresceu 15,73%. Em contrapartida, os US$ 5,41 bilhões vendidos pelo Estado ao mercado externo no período representam redução de 6,73% em relação ao mesmo período de 2014, como mostra levantamento divulgado pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
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Carro-chefe das lavouras do RS, a soja em grão teve avanço de 15,82% em volume e, ainda assim, caiu 14,26% em receita, devido à redução do preço da commodity registrado no mercado internacional.
Esse recuo foi amortecido pelo colchão do câmbio. Em reais, as exportações do agronegócio cresceram 20,55% no primeiro semestre. E para efeitos de PIB, é essa conta que interessa.
- A queda em receita, lá fora, é compensada pela valorização do dólar. Estamos pendurados pelo câmbio - compara o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz.
Enquanto em reais a queda do preço da tonelada de soja foi mais sutil, 4,31%, em dólares, foi de 25,97%. Para Luz, o indicativo é de que se confirmem as projeções de que o Estado irá fechar 2015 com crescimento em volume nas exportações do agro.
Sobre a receita, a perspectiva é de que possa haver melhora inclusive no preço em dólar. É que as projeções mais recentes sobre a safra americana vêm ajudando a recuperar os valores da soja na Bolsa de Chicago.