Ficou para a próxima semana a resposta da Marfrig para reconsiderar a decisão de suspender as atividades no frigorífico de carne bovina em Alegrete, na Fronteira Oeste. O pedido para manter abertas as portas da unidade foi (re)feito em reunião na Capital, da qual participaram representantes de sindicatos, os secretários da Agricultura e do Trabalho e o diretor regional da empresa, Rui Mendonça.
- Foi feito um último apelo para reverter a decisão - confirma Mike Breier, titular da pasta do Trabalho.
A impressão de quem esteve no encontro é de um déjà vu. Ou seja, a sensação de estar diante de uma situação já vivenciada. Com a mudança de governo, foi necessário reapresentar detalhes e questões discutidas anteriormente.
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A gestão atual fez o que lhe cabe no momento: reforçar que é importante deixar ativa a planta onde trabalham 623 pessoas e cujo impacto na economia de Alegrete é considerável.
- Reafirmamos a disposição em manter o que o governo anterior sinalizou - diz Ernani Polo, secretário da Agricultura, em relação à proposta de benefícios fiscais, leia-se redução de ICMS.
Que esse apelo se reverta em uma ação concreta parece pouco provável. Porta-voz da Marfrig no Estado, Mendonça levará as considerações feitas à direção nacional e deve dar retorno na próxima semana.
Entre as proposições, uma segunda opção: a de que outra empresa passe a operar o frigorífico. Mas nem nisso há algo de novo. Interessados existem, garantem fontes do setor. Mas com a atual configuração do mercado, estaria a empresa disposta a abrir o espaço para um concorrente?
- Aquilo que fica fechado, não abre mais. Temos de pegar o pulo do gato - opina Pedro Piffero, presidente do Sindicato Rural de Alegrete, sobre a ideia de outra marca assumir a unidade.
Até a semana que vem, tudo volta a ficar em compasso de espera. O governo estadual vai esperar a resposta para encaminhar, se necessário, ações de amparo aos trabalhdores demitidos.
- Estão fechando uma planta que está bem no meio do boi - lamenta Marcos Rosse, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Alegrete, em referência ao fato de 25% da pecuária de corte estar no entorno do município.