O Sindicato das Indústrias de Alimentação de Alegrete e a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins seguirão fazendo pressão para reverter a decisão que suspende temporariamente as atividades da Marfrig no município da Fronteira Oeste. Nesta quarta-feira, estiveram reunidos na Casa Civil, em Porto Alegre. Nesta quinta, se encontram com o secretário da Agricultura, Claudio Fioreze, e na sexta, com representantes do Ministério do Trabalho.
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A tentativa é válida, considerando-se o fato de que a unidade a ser paralisada emprega 60% dos trabalhadores do segmento da alimentação de Alegrete. São 680 funcionários ameaçados de demissões. Nesta quinta, o sindicato deve entregar documento solicitando a intervenção do Ministério Público do Trabalho no município para o que classifica como demissão em massa. Também nesta quinta os abates suspensos por dois dias serão retomados até a paralisação oficial, dia 1º de setembro.
- A empresa tem seus direitos, mas os trabalhadores também - observa Marcos Rosse, presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Alegrete.
Houve boa receptividade nesta quarta, no encontro na Casa Civil. O governo estadual afirma que seguirá acompanhando de perto a questão, já que o impacto econômico e social do fechamento da unidade é grande.
O que mais tem incomodado o sindicato é o fato de que a Marfrig, apesar de suspender as atividades em Alegrete, deve renovar o contrato de arrendamento da unidade.
Para Rosse, há apenas duas possibilidades de acordo: ou a marca mantém a produção ou libera a planta para que outra empresa possa assumir.
A Marfrig vem se manifestando sobre o tema apenas por meio de nota. Nesta quarta, reiterou a decisão de paralisação temporária, afirmando que tratará do "quadro de funcionários dentro da lei, preservando o profundo respeito" que tem pelos colaboradores. Acrescenta que não há previsão, neste momento, de quando a planta será reaberta.
Por enquanto, nem a sinalização do aumento de abates nas outras duas unidades tranquiliza o mercado. Em reunião na Câmara Setorial da Carne, quarta, Rui Mendonça, diretor regional do grupo, foi ouvido por diferentes representantes do setor - de produtores à indústria.