Será com uma bagagem cheia de possibilidades comerciais que a comitiva brasileira formada por representantes do Ministério da Agricultura e da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) desembarcará no país depois de viagem ao México. Entre as promessas animadoras, a de ampliar o número de frigoríficos de aves habilitados à exportação e a abertura do mercado para a carne suína.
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De imediato, o que ficou acertado é a vinda de missão técnica ao Brasil, com o objetivo de avaliar novas unidades. A ideia é aumentar a lista das plantas autorizadas a vender frango ao México das atuais cinco para 20. Isso permitiria consolidar o mercado que abriu suas portas no ano passado, mas ainda não decolou. A cota é para 300 mil toneladas. Nos seis primeiros meses deste ano, os embarques somaram 5,47 mil toneladas.
O pacote inclui ainda ampliação das unidades credenciadas para fornecer material genético, liberação do mercado de ovos e da carne suína, além da compra de 100 mil toneladas de peru.
- Deram sinais concretos para a abertura (da carne suína). Surge a chance de trabalharmos com um mercadão, antes cativo dos americanos - avalia Francisco Turra, presidente da ABPA, sobre as sinalizações feitas pelo governo mexicano.
A empolgação faz sentido. Os mexicanos estão entre os maiores importadores de proteína animal do mundo e, durante muito tempo, mantiveram-se fiéis aos Estados Unidos em suas compras - dentro dos acordos do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês). E aplicaram sobretaxas ao produto brasileiro, que chegavam a até 150% no caso do frango.
Qualidade o produto brasileiro sempre teve. O que tem feito a diferença e ajudado a convencer importadores mundo afora, neste momento, é a capacidade do Brasil de manter a sua produção livre doenças que causam prejuízos em outras partes do planeta. Como a epidemia de diarreia suína, que provocou inúmeras baixas nos plantéis dos Estados Unidos e do próprio México.
Continuar fazendo a lição de casa pode garantir aos produtores e à indústria brasileira uma fatia cada vez maior no crescente mercado da proteína animal.