A previsão para este ano aponta safra recorde e preços das principais commodities ainda em bom patamar.
Diante desse cenário que o produtor encontrará na Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, há expectativa de estabilidade nos negócios.
Com o Estado vindo de um ciclo em que se colheu a segunda maior produção da história e com projeção de novo período sem estiagem, a projeção é de boas vendas na feira que se inicia nesta segunda-feira, mas sem aumento em relação à edição de 2013.
- Os produtores estão um pouco mais conservadores. O mercado de máquinas agrícolas deve ficar estável em 2014, o patamar está alto - explica Milton Rego, vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Usada como plataforma para lançamento de produtos das principais empresas do agronegócio, a Expodireto é conhecida por ser um termômetro do setor. Nem sempre a alta do faturamento no evento acompanha a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) (veja quadro abaixo), mas números positivos são sempre um bom presságio. Em 2013, a compra de máquinas, tradicional carro-chefe das feiras agrícolas, fez os negócios mais que dobrarem em relação a 2012, chegando aos comemorados - ainda que questionados - R$ 2,5 bilhões.
O movimento é semelhante ao percebido em outros segmentos da economia do país e que, segundo especialistas, deve se manter ao longo do ano. Para as vendas de máquinas agrícolas, a projeção da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) aponta crescimento de 6% em 2014, mas que só deve se confirmar caso a oferta de crédito continue farta.
Em 2013, os financiamentos via Programa de Sustentação do Investimento (PSI), com taxa de juro de 3% ao ano, impulsionaram a assinatura de contratos, mas mudanças nas regras travaram os negócios, entre dezembro e início de fevereiro. Com taxas que agora variam entre 4,5% e 6%, o programa ainda é competitivo.
- O BNDES mudou o sistema e os financiamentos estão saindo a conta-gotas. O juro do PSI continua atrativo para o produtor, mas ele está cauteloso - diz o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers), Cláudio Bier.
O presidente da Expodireto, Nei Mânica, avalia que o temor de mudanças no PSI em razão das eleições deve fazer muitos produtores aproveitarem a chance para fechar negócios.
Expectativa para o impacto do agronegócio no PIB gaúcho
Enquanto os debates estiverem ocorrendo em Não-Me-Toque, na quarta-feira os números do Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul em 2013 serão divulgados pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). A projeção é de que superem, e muito, os 2,3% da economia brasileira no mesmo período. Com um peso de 25% na riqueza gerada no Estado segundo a FEE, o agronegócio deve puxar alta estimada em 6,37% pela Farsul para o PIB. O desempenho quase três vezes melhor que o registrado no país se deve à recuperação da safra passada em relação a 2012.
Além dos dados da FEE, Emater e Conab divulgarão nesta semana a atualização das estimativas da produção agrícola. Apesar da safra de soja ainda estar em andamento, o cenário atual aponta para números próximos aos previstos inicialmente. A Farsul mantém a estimativa de que o Estado supere a inédita barreira de 30 milhões de toneladas de grãos colhidos.
Expodireto
Quando: de hoje até sexta-feira
Onde: RS-142, km 24, em Não-Me-Toque
Horário: das 8h às 18h
Ingresso: entrada gratuita