O antes furacão Milton é agora um ciclone pós-tropical, conforme o Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla em inglês) dos EUA. O fenômeno passou pelo Estado da Flórida ao longo desta quinta-feira e provocou pelo menos 10 mortes, conforme as autoridade locais.
Com ventos de 205 km/h, Milton tocou o solo da costa oeste da Flórida por volta das 21h30min de quarta-feira (9), no horário de Brasília, ainda como tempestade de categoria 3. Logo após, foi rebaixado para a 2. Às 15h desta quinta, possuía rajadas de ventos sustentadas de 120 km/h, conforme o NHC.
Embora tenha deixado a península, o furacão continua a gerar ventos fortes e “chuva forte” na região central e leste do Estado, alertou o NHC.
Além de tornados, a passagem causou inundações em lugares como Daytona Beach e Saint Augustine na costa leste da península, e em cidades no coração da Flórida, como Orlando, onde os parques temáticos da Disney World permaneceram fechados por precaução, informou o governador governador Ron DeSantis.
Apesar da aparente calmaria, o presidente Joe Biden fez um apelo por meio da rede social X - antigo Twitter - para que a população “fique em casa” por enquanto.
Mais de 3,3 milhões de residências na Flórida estavam sem energia na manhã desta quinta, de acordo com o site especializado poweroutage.us.
Preocupação
Duas semanas depois de o furacão Helene ter atingido a mesma região, matando pelo menos 237 pessoas no sudeste dos Estados Unidos, incluindo pelo menos 15 na Flórida, Milton era uma preocupação maior para as autoridades devido ao solo saturado e aos detritos ainda espalhados pelas ruas.
Terceiro estado mais populoso do país, a Flórida está acostumada a furacões. Mas a mudança climática, ao aquecer a água do mar, está fazendo com que eles se intensifiquem rapidamente, aumentando o risco de eventos mais fortes, de acordo com os cientistas.
Muitos aspectos do Helene e do Milton estão muito alinhados com o que os especialistas preveem em termos de mudança climática, disse o professor John Marsham, cientista atmosférico.
— Os furacões precisam de oceanos quentes para se formarem e as temperaturas recordes dos oceanos estão alimentando essas tempestades devastadoras. O ar mais quente retém mais água, levando a chuvas mais intensas e mais inundações — explicou.