A sequência de ondas de frio no Rio Grande do Sul tem deixado os gaúchos com a impressão de que as mínimas estão cada vez mais baixas. Segundo a Climatempo, o Estado está no meio do segundo fenômeno do tipo no ano. A previsão é de que uma massa de ar polar avance sobre as regiões gaúchas no final desta semana, mantendo a temperatura baixa por mais alguns dias.
A primeira onda de frio do ano começou no dia 28 de junho e foi até o dia 2 de julho. Nesse período, Porto Alegre quebrou recordes de temperatura baixa: no dia 30 de junho, a mínima na cidade foi de 4°C.
A segunda onda de frio teve início no sábado (6) e deve seguir até quinta-feira (11). Desde então, algumas cidades já registraram temperatura negativa. No domingo (7), os termômetros em Bagé, na Campanha, marcaram –3,3°C, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
— Geralmente, quando a temperatura fica 5°C abaixo da média por alguns dias já pode caracterizar como onda de frio. É importante ressaltar que, para esta época do ano, a média já é bem reduzida e que as ondas de frio costumam ser bem intensas — afirma Guilherme Borges, meteorologista da Climatempo.
Dados do Inmet apontam que, em Porto Alegre, a temperatura mínima média para o mês de junho é de 11,3°C e, para julho, 10,4°C. Já em Bagé, a temperatura mínima média para os dois primeiros meses de inverno costuma ser 9°C e 8,1°C. Portanto, os valores registrados na primeira e na segunda onda de frio estão abaixo do que os termômetros costumam marcar nesta época do ano em ambas as cidades.
— Em algumas regiões, a temperatura pode ficar até 10°C abaixo da média — detalha Borges. O órgão chegou a emitir um alerta para onda de frio, válido até quarta-feira (10).
Como o intervalo entre o fim de uma onda e o início da outra foi curto, a sensação é de que o Rio Grande do Sul está sofrendo com o frio mais intenso do que o esperado há 10 dias consecutivos. Henrique Repinaldo, meteorologista do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (CPPMet/UFPel), explica que os fenômenos são causados pela mesma massa de ar frio polar que atua sob o Estado.
— A definição de onda de frio acaba sendo usada para fazer cálculos e pesquisas. Mas, na verdade, estamos com uma mesma massa de ar frio polar. Por vezes, ela retrocede um pouco para o Uruguai, aí sentimos um aquecimento. Outras vezes ela é mais forte — diz Repinaldo. É um frio bastante importante, não ocorre toda hora, mas não está muito fora da normalidade, garante o meteorologista da UFPel.
Outra onda de frio deve começar na sexta-feira (12), prevê o meteorologista da Climatempo. Borges explica que uma frente fria deve ingressar no Estado na quinta-feira, puxando a massa de ar polar. A temperatura deve continuar reduzida, pelo menos, até o início da próxima semana.