Diante do enfraquecimento da tempestade tropical Akará na terça-feira (20), a Marinha do Brasil rebaixou sua classificação para uma depressão subtropical. A expectativa é de que o fenômeno siga perdendo força no decorrer desta quarta (21) até seu processo final, entre quinta (22) e sexta-feira (23). Por enquanto, o sistema ainda atua em alto-mar, no litoral sul do Brasil, mas sem causar impactos significativos no clima do Rio Grande do Sul.
A formação de uma depressão subtropical, que é considerada a fase inicial de um ciclone subtropical em alto-mar, foi confirmada pela Marinha do Brasil na última sexta-feira (16). Dois dias depois, o sistema passou para a categoria de tempestade tropical — uma antes do furacão — e ganhou o nome de Akará. Na terça, voltou a ser rebaixado para uma depressão, primeiro tropical e, em seguida, subtropical.
Guilherme Borges, meteorologista da Climatempo, explica que a alternância entre tropical e subtropical é normal e ocorre devido à estrutura do núcleo do sistema. Enquanto os ciclones subtropicais têm uma parte fria, os tropicais têm toda a coluna quente.
— A circulação atmosférica em torno do sistema comanda essa variabilidade. Então, ele fica alternando de fase. Eles geralmente têm um tempo de vida curto. Aí atinge seu máximo, a circulação em torno dele muda e ele perde intensidade — afirma.
Quando o fenômeno passou para tempestade tropical, atingiu um estágio mais forte, com vento mais intenso – na depressão, as rajadas são de até 63 km/h, enquanto no ciclone podem chegar a 118 km/h. Por isso, conforme Borges, a Marinha do Brasil vai reclassificando o sistema de acordo com a intensidade do vento e com sua estrutura.
Esses fenômenos podem evoluir para furacões, que têm rajadas de vento com intensidade maior, como foi o caso do Catarina, que atingiu o sul do país em 2004. As tempestades tropicais são consideradas raras no Brasil, com apenas quatro eventos registrados até hoje. Os outros dois foram Anita, em 2010, e Iba, em 2019.