O diretor-presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, disse nesta quinta-feira (5) que não acredita no gás natural como matriz energética para os Mega Hubs no Brasil, que têm mais potencial com hidrogênio verde.
O executivo destacou que o país pode ser disruptivo no segmento e que, para isso, "tem de se industrializar".
— Temos oportunidade única no Brasil de ser uma potência em hidrogênio verde — disse.
No entendimento de Bartolomeo, o gás natural se apresenta como opção eficiente em outros contextos:
— No Oriente Médio, é a opção óbvia.
O executivo, que participou na manhã desta quinta de evento sobre mineração promovido pelo Financial Times, também indicou mais duas regiões com potencial para produzir energia com competitividade, além do Brasil: México e Oriente Médio.
Investimentos em transição energética
O vice-presidente executivo de Finanças e de Relações com os Investidores da Vale, Gustavo Pimenta, afirmou que a empresa está investindo entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões em descarbonização, e que, no futuro, os metais sustentáveis vão pagar um prêmio para a empresa. Segundo ele, o Brasil tem tudo para liderar a área de minerais da transição energética:
— Isso coloca a Vale numa posição muito única — defendeu Pimenta durante o seminário Siga Previ, no Rio de Janeiro.
Outros metais
Ele informou que a Vale cresceu bastante na área de metais da transição energética – níquel e cobre - e que mesmo o minério de ferro, que deu origem à empresa, possui um teor de ferro que favorece a economia de energia, um dos pontos fundamentais para dar sustentabilidade à produção.
— Ninguém produz minério de ferro com 65% de teor, só a Vale, e quanto maior a qualidade do minério, menor o consumo de energia — destacou durante sua apresentação no evento.
Pimenta revelou que a Vale planeja triplicar a produção de cobre e pelo menos dobrar a de níquel, mas não detalhou em que horizonte esse crescimento deve ocorrer A empresa planeja no futuro abrir o capital do seu segmento de metais básicos: níquel e cobre.