O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a enfatizar a liderança da Universidade de São Paulo (USP) em um estudo para produzir hidrogênio verde a partir de etanol. Criticou, no entanto, o fato de a Petrobras não participar do projeto.
— A Petrobras ficou de fora do projeto de hidrogênio verde. Já conversei com o Jean Paul Prates (presidente da estatal). Não usamos o fundo verde para aquilo que de mais moderno há no País. Às vezes, o Estado brasileiro se omitiu para nos colocar na liderança da transformação ecológica no mundo — disse o ministro durante o 7º Fórum Nacional de Controle, promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília. O evento deste ano tem como tema "Desenvolvimento Sustentável e o Controle".
Para o Haddad, o Brasil tem uma dúzia de bons projetos verdes:
— Tem uma quantidade enorme de oportunidades a serem aproveitadas. Eu sequer tinha notícia do climate scanner —disse em referência a uma ferramenta do TCU que será lançada durante a COP28, em Dubai, nos Emirados Árabes.
O ministro argumentou que a presidência brasileira do G20 e a COP30, em Belém, no Pará, sejam usadas como uma vitrine dos projetos que ocorrem no país.
— Podemos dar visibilidade mundial para o que está sendo feito aqui com efeitos externo e interno. Não temos ainda alinhamento em torno disso no Brasil. Ainda estamos remando, envolvendo as pessoas — continuou.
A humanidade amadureceu, e também pela dor. Nós é que vamos pagar preço por agredir a natureza, sobretudo os pobres
FERNANDO HADDAD
Ministro da Fazenda
O ministro comentou que há 20 anos havia a dúvida sobre se a agenda de sustentabilidade colidia com o desenvolvimento.
— A humanidade amadureceu, e também pela dor. Nós é que vamos pagar preço por agredir a natureza, sobretudo os pobres — previu.
A situação, de acordo com ele, no entanto, pode ser evitada. E mais: o País poderia aproveitar o momento para fazer dessas questões fonte de geração de emprego e de cidadania.
Agradecimento ao TCU
Haddad ainda agradeceu a parceria do TCU, citando nominalmente discussões em torno de mudanças no Carf e da reforma tributária.
— Tem sido inestimável o TCU para uma agenda de modernidade da máquina pública — elogiou.
Participam do evento os ministros Rui Costa (Casa Civil), Esther Dweck (Gestão), Marina Silva (Meio Ambiente), Jorge Messias (AGU) e Augusto Nardes (TCU).