Uma ursa pardo enfrentou, em 5 de junho, o macho da mesma espécie para proteger seu filhote. Durante a luta, em um penhasco próximo de Peña de Santa Lucía, no norte do município espanhol de Palencia, que pertence à comunidade de Castela e Leão, os dois animais adultos caíram de uma altura de dezenas de metros. O macho morreu, e a fêmea ficou gravemente ferida. As imagens foram realizadas por um casal que passava pelo local.
De acordo com a organização ambientalista espanhola Naturaleza Castilla y León, não é a primeira vez que essa ursa é atacada. Anteriormente, ela perdeu um filhote em decorrência de outro ataque.
As autoridades da região estão tentando localizar a ursa, que se separou do filhote após a queda. A localização e o reencontro dos dois são considerados como prioritários, de forma a assegurar a preservação da espécie. O governo regional informou que as buscas contam com técnicos veterinários, agentes ambientais, guardas ambientais e Patrulhas Urso da Fundação do Patrimônio Natural, além da guarda civil.
O que chamou a atenção nesse caso é que o macho era maior e mais pesado do que a fêmea, chegando a 227 quilos. De acordo com a Fundação Urso Pardo, existem 330 animais dessa espécie na região e outros 70 nos Pirineus, entre a Espanha e a França.
Em entrevista à AFP, Guilherme Palomero, presidente da Fundação, explicou que é comum que quando as ursas geram os filhotes e saem do período de hibernação pelo menos dois meses depois do nascimento da prole, elas acompanhem a cria durante o seu desenvolvimento. Por outro lado, os machos durante a época de acasalamento tentam matar os filhotes para que a progenitora acasale novamente. Foi exatamente isso que ocorreu nessa situação.
— A ursa entra no cio dois ou três dias depois (da morte dos filhotes), e aquele urso infanticida poderá copular com ela e deixar seus genes — acrescentou Guilherme.