Com o desmanche da nuvem de gafanhotos após a pulverização de agrotóxicos em Federacion, na província de Entre Ríos, na Argentina, o enxame não voltou a se reagrupar. Contudo, agentes argentinos permanecem atuando com a dispersão de veneno nos animais que se encontram em galhos e copas de árvores. Apesar de mais espalhados e com 80% do enxame dizimado, os insetos que foram encontrados pelos fiscais do país vizinho permanecem na mesma localidade, ou seja, a aproximadamente 98 quilômetros da Barra do Quaraí, na Fronteira Oeste.
Apesar do menor volume, Juliano Ritter, fiscal agropecuário estadual, afirma que o enxame ainda deve ser encarado como risco pela proximidade com o Rio Grande do Sul:
— Eles ainda estão perto e há previsão de calor para este final de semana na Argentina. Caso eles venham em direção ao Estado e se unam novamente, há a possibilidade de o enxame causar prejuízos para as lavouras gaúchas mesmo que em menor escala.
O Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Alimentar da Argentina (Senasa) afirma que existem, agora, outros dois enxames no país. Um estaria em Las Lomitas, na província de Formosa, de 570 a 610 quilômetros de Itaqui, na Fronteira Oeste. O outro estaria em Ingeniero Juárez, na mesma província argentina, a cerca de 800 quilômetros de distância com a fronteira gaúcha. Ambos estão parados desde segunda-feira em função do frio.
As características dessas nuvens, como o tamanho e a quantidade de gafanhotos, não podem ser aferidos, porque a área onde os insetos estão é de mata fechada, explica Ritter.
— No domingo (2), em função do calor, os gafanhotos devem passar a se movimentar no sentido sul. Precisaremos aguardar para ver para que lado as nuvens irão. O risco de chegada é pequeno, mas há preocupação, pois os gafanhotos são capazes de percorrer até 100 quilômetros por dia.