Nesta quinta-feira (22), a bancada do PSOL na Câmara dos Deputados protocolou um requerimento de convocação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para que dê explicações no Plenário principal da Casa sobre o aumento das queimadas na Amazônia e a forma que coordena os órgãos de fiscalização da região.
A bancada justifica a convocação com o argumento que, desde sua posse, o ministro tece críticas à atuação dos órgãos responsáveis pela fiscalização e às ações para a proteção e preservação do meio ambiente no país, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Segundo a vice-líder do PSOL na Câmara, deputada Fernanda Melchionna, o ministério também está prejudicando a fiscalização e preservação da Floresta Amazônica, o que tem papel decisivo para o aumento do desmatamento e das queimadas.
— Não podemos achar normal o que está acontecendo no Brasil. Os índices de desmatamento e queimadas não param de aumentar e o presidente chega ao absurdo de dizer que a culpa é de ONGs que querem atacá-lo. Ricardo Salles é um ministro anti meio ambiente. As ações do ministério estão incentivando os incêndios e o desmatamento, que são crimes contra a humanidade. Ele não se sustenta mais no cargo e precisa sair — afirma a deputada.
Pedido de impeachment
O senador Fabiano Contarato (Rede-ES), presidente da Comissão de Meio Ambiente, decidiu pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) o impeachment do ministro Ricardo Salles, usando como argumento o regramento do impeachment.
O parlamentar afirma que o ministro cometeu crime de responsabilidade nas suas decisões no cargo e cometeu atos incompatíveis com a função "ao perseguir agentes públicos". Em abril, o presidente do ICMBio, Adalberto Eberhard, pediu demissão após o ministro ameaçar investigar agentes públicos diante de uma plateia de ruralistas.