Localizada no bairro Cavalhada, na zona sul de Porto Alegre, a Avenida Vicente Monteggia liga a Avenida João Salomoni ao entroncamento das avenidas Nonoai e Cavalhada com a Rua Dr. Campos Velho. Usada diariamente por parte dos moradores da Zona Sul, a via estreita e de pista simples é alvo de reclamações pelos congestionamentos e pelo asfalto irregular.
GZH esteve no local em uma quinta-feira e acompanhou o congestionamento formado no fim de tarde em um dos principais pontos. Às 17h50min, a fila para quem estava indo em direção à Campos Velho, onde há uma sinaleira no cruzamento, começava nas proximidades da Rua Aurélio Tofanelo. Com o trânsito parado em vários momentos, foram necessários nove minutos para vencer o trecho, de 400 metros.
No sentido contrário, também havia pontos de lentidão, mas mais espaçados e com o fluxo de veículos um pouco mais rápido. Em dias de maior movimento, leitores relatam que há congestionamentos entre o cruzamento com a Rua Gregório Pérez e a Avenida João Salomoni, nos dois sentidos.
— Dependendo do dia, eu chego a levar de 15 a 20 minutos para percorrer um trecho de 600 metros, quando vou buscar minha filha na escola. É uma via simples, por onde escoam muitos carros, e fica muito ruim no fim da tarde. Para me deslocar para o trabalho, no Centro, eu uso o transporte público, que é mais rápido por causa da faixa azul. E agora também tem a questão do preço do combustível — relata o coordenador administrativo Ricardo Luzzi, 37 anos, morador do bairro Nonoai.
Outro problema relatado pelos leitores de GZH é a manutenção da via. Em toda a extensão da Vicente Monteggia, é possível notar que o asfalto é irregular, e quem está nos veículos sente trepidações ao passar por alguns pontos. O pior trecho fica próximo da Avenida Otto Niemeyer, onde há alguns calombos e pequenos buracos. Nas proximidades do cruzamento com a Cavalhada, Nonoai e Campos Velho, há um buraco maior. Nos demais trechos, há vários pontos desnivelados.
O acostamento também está em más condições. A via principal já é estreita em alguns pontos, e o acostamento não pode ser utilizado em vários trechos, já que há areia, pedras ou buracos.
Moradora do bairro Vila Nova, a nutricionista Viviane Garcia, 56, nota os problemas sempre que se desloca para o trabalho, no bairro Moinhos de Vento:
— É extremamente estreita. Existe um projeto de duplicação, mas que nunca saiu do papel. E, além disso, há muitos buracos, principalmente quando chove. Podiam fazer uma pavimentação melhor.
Além dos relatos citados na reportagem, GZH recebeu outro depoimento por meio de questionário:
Anderson de Figueiredo Beck, de Porto Alegre: "Vicente Monteggia não tem duplicação. (Encontro problemas) Todos os dias, entre 7h e 20h30min. Tempo a mais no trânsito, estresse, irritabilidade, atrasos e gastos a mais com combustível devido ao para e arranca".
Alternativas mais rápidas enquanto a duplicação não vem
Citada pelos leitores de GZH, a duplicação da Avenida Vicente Monteggia é uma demanda de moradores da região há muitos anos. No entanto, o projeto está sendo revisado e atualizado pela prefeitura, e ainda é necessária a captação de recursos. Por isso, a solução definitiva para os pontos de lentidão ainda vai demorar para sair do papel.
No entanto, o Executivo trabalha em um serviço que pode ser executado em um prazo mais curto. A ideia é alargar a Vicente Monteggia em um trecho de 1,5 quilômetro, desde o entroncamento com a Cavalhada até a Rua Amapá. Nesse modelo, o acostamento passará a ser usado como faixa adicional e será colocado meio-fio — e, no trecho, os motoristas terão à disposição duas faixas de deslocamento em cada um dos sentidos.
— São estudos avançados que envolvem a nossa secretaria, a de Mobilidade e a de Obras. Envolve drenagem, deslocamento de postes e colocação de meio-fio, para ajudar a escoar a água. É uma melhoria para os motoristas que passam pela região, enquanto a duplicação não é feita — explica o secretário municipal de Serviços Urbanos, Marcos Felipi Garcia.
Nesse formato, o serviço deve começar no sentido Cavalhada-Amapá. Conforme o secretário, os estudos estão avançados e devem ser programados depois que a equipe finalizar intervenções na Avenida Protásio Alves. A expectativa é iniciar os trabalhos ainda em 2021. Como eles devem durar cerca de cinco meses, devem ser concluídos no primeiro semestre do ano que vem.
Em relação à má qualidade do asfalto, Garcia afirma que, ainda em 2021, equipes da prefeitura farão a recuperação dos trechos com ondulações e buracos. Com a conservação padrão, o asfalto antigo será retirado e uma nova camada será colocada nos pontos onde há irregularidades. O acostamento, que é de terra, também passará por manutenção, por meio de um novo contrato de terraplanagem.