A Justiça decidiu que o empresário Thiago Brentano, 43 anos, vai a júri por tentativa de duplo homicídio triplamente qualificado. A data do julgamento ainda não está marcada. Na madrugada do dia 2 de abril de 2016, na Rua 24 de Outubro, bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, o réu causou o atropelamento de um casal nas imediações do Parcão após suspeita de ter participado de um racha com um Audi A5.
Cabe recurso da decisão, e a defesa de Brentano informou que vai recorrer porque, no seu entender, se trata de um acidente que ocorreu sem a intenção do condutor.
A determinação é da juíza Cristiane Zardo, da 1ª Vara do Júri do Foro Central da Capital, e é datada do dia 31 de janeiro deste ano. Segundo a magistrada, o réu foi pronunciado para o julgamento pelo tribunal júri por motivo fútil, por ter assumido o risco e dificultado a defesa das vítimas.
Há quase quatro anos, conforme acusação, o empresário participou de um racha, perdeu o controle do veículo, colidiu em um táxi e depois em um veículo estacionado, que atingiu um casal que estava caminhando — com um cachorro — próximo a uma lancheria da região. Segundo consta na decisão judicial, os dois tiveram várias lesões pleo corpo. Além disso, o empresário havia consumido álcool, estava com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa, trafegava em velocidade acima da máxima permitida para a via, passou sinal vermelho e fugiu do local a pé, sem prestar socorro às vítimas.
Contraponto
O advogado Jader Marques, que defende o empresário, informou que vai recorrer. Segundo Marques, é uma decisão que apenas encerra uma fase do procedimento e cabe agora ao Tribunal de Justiça decidir pelo júri, declarando se houve dolo ou culpa, ou seja, se houve intenção ou não. Para o advogado, houve um acidente e, até era possível, mas imprevisível, que um casal estivesse levando um cachorro para passear durante a madrugada no local onde ocorreu o fato. Na época do fato, Brentanto admitiu ter ingerido bebida alcoólica e que não percebeu a presença de vítimas no local, além de negar a participação em um racha.