A licitação para o transporte público de Porto Alegre deve iniciar, como prometido pela prefeitura, ainda em 2013. As linhas das zonas Sul e Leste serão as primeiras que receberão propostas de empresas e consórcios interessados em explorar o serviço. Já para a Zona Norte, ainda não há previsão de lançamento do edital.
A confirmação da construção do metrô na Capital vai modificar a relação dos passageiros com os modais oferecidos. No entanto, como os termos e prazos da obra ainda não foram definidos, a análise em relação às mudanças na região precisará de mais tempo. Além disso, como há intenso fluxo de coletivos vindos da Região Metropolitana pela área, a licitação deve prever a convivência entre as linhas municipais e as de outras cidades.
Zona Norte
Para que a avenida Assis Brasil tenha o uso otimizado, os corredores de ônibus precisam dar fluidez ao trânsito de coletivos municipais que atendem a região. Também é preciso pensar que a via, por ser uma das principais ligações de Gravataí, Cachoeirinha e Alvorada à Capital, recebe linhas dessas cidades e que acabarão tendo que compartilhar os caminhos exclusivos.
- Temos que definir as datas do metrô para construirmos a licitação da bacia norte. Estamos trabalhando para isso - relata o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari.
O assunto já é discutido entre a EPTC e a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan). O objetivo é chegar a um denominador comum, evitando que os corredores ou a via utilizada pelos veículos sejam sobrecarregados.
- Ainda estamos pensando na melhor uma estratégia maior, onde os 32 municípios da Região Metropolitana estejam integrados - afirma o superintendente da Metroplan, Oscar Escher.
O início das operações do metrô, que deve transportar 325 mil passageiros por dia, e a implantação de linhas troncais irão reduzir o número de ônibus da Grande Porto Alegre circulando pela região central. Duas estações devem receber a demanda de passageiros e redistribuir para outros coletivos que irão até o centro. São elas as Estações Triângulo e Cairu.
Zonas Leste e Sul
O prazo para o lançamento da licitação segue sendo o mês de dezembro deste ano. No entanto, ainda há uma pendência. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) segue analisando a metodologia de cálculo da tarifa de ônibus praticada na capital. O órgão evita dar prazo para a conclusão dos trabalhos. A prefeitura deve aguardar até a decisão.
Como o tempo entre o lançamento do edital e a conclusão da seleção deve ser, na melhor das hipóteses, nove meses, haverá tempo para finalizar os corredores de ônibus que receberão os Bus Rapid Transit (BRT), inclusive com a construção das estações. Eles são instalados nas avenidas Protásio Alves, João Pessoa, Bento Gonçalves e Padre Cacique.
Alguns bairros terão sistema misto. Serão ônibus com características de BRTs, mas contarão com cobradores e sairão de vias periféricas às grandes avenidas. Estações especiais serão construídas na altura da parada 21 da Lomba do Pinheiro, na zona leste, e próximo ao Hospital da Restinga, na zona sul.
Carris
As linhas transversais atendidas pela Carris seguirão com a companhia. As únicas linhas que serão canceladas ou modificadas são aquelas que podem se sobrepor aos BRTs.
Estrutura
A estrutura que cada empresa ou consórcio deve oferecer para participar da seleção segue em análise. Ainda não há definição se os veículos terão ar-condicionado. Haverá rastreamento via GPS, possibilitando o monitoramento da EPTC e, posteriormente, o acompanhamento pelos usuários através de aplicativos no celular. Os BRTs terão prioridade em cruzamentos com a instalação de sinaleiras inteligentes.